Homem invade vagão exclusivo e mulheres se unem para expulsá-lo: ‘Somos mais fortes’

Twitter/Reprodução

Um homem foi expulso de um vagão exclusivo para mulheres no metrô do Rio de Janeiro, na manhã dessa quinta-feira (3). No vídeo, que viralizou, a atriz Laryssa Ayres aparece pedindo o homem para se retirar e é apoiada por outras mulheres. Após a repercussão, a artista se posicionou por suas redes sociais.

“Tem um horário. Temos direito. A gente não quer fazer nada com você, a gente está pedindo com educação para o senhor sair. Este vagão é nosso”, disse a atriz ao homem. O horário de uso exclusivo desse vagão para mulheres é, diariamente, das 6h às 9h e das 17h às 20h. No momento em que o vídeo foi gravado, o horário se encaixava no primeiro período.

De acordo com a atriz, o homem entrou no vagão e foi orientado a sair. Ele teria dito que não desceria, e a confusão começou. Foi preciso um segurança ser chamado para que o homem saísse do vagão.

“Acabei de chegar da faculdade, inclusive estou com a mesma roupa do vídeo que vocês assistiram”, disse a atriz em vídeo que gravou para explicar o ocorrido. “Não tenho a menor necessidade de aparecer. Não tenho. Eu sou uma pessoa que briga muito pelos direitos”, continua.

A atriz ainda comentou que usa o metrô diariamente e que só faz seu trajeto no vagão destinado às mulheres, por se sentir mais segura. Ela ainda disse que sabe que tem homens desatentos que entram no espaço, mas saem após serem alertados. “A pessoa está desligada, não percebe. A gente avisa, numa boa, ele pede desculpas e sai”, explica.

Porém, mesmo tendo sido avisado pelas mulheres, o homem se negou a deixar o local. “Vagão feminino, existe um horário. Conseguimos este direito. Que eu acho uma bobeira ter horário, porque deveria ser a p*** do dia inteiro porque, afinal, a gente passa por situações constrangedoras no metrô no dia inteiro. Não tem horário. Das 6h às 9h é o primeiro período que tem o funcionamento deste vagão feminino”.

“Entrei eu e mais várias mulheres e, quatro estações depois, entrou um cara. Eu comentando com as minhas amigas: ‘O que está acontecendo?’. Muitas mulheres que estavam perto já estavam dizendo: ‘Moço, por favor, saia, esse vagão é nosso’. E o cara nada de sair”, falou a atriz.

“Fui até onde estava acontecendo e perguntei o que estava acontecendo. Ela me respondeu: ‘Esse moço que entrou, estamos pedindo com gentileza para ele sair, e ele está batendo no peito, dizendo que daqui ele não sai, que a gente não tem direito nenhum’. A gente não tem direito nenhum? Amor, criaram uma lei, criaram um horário, então você tem que respeitar”, disse Laryssa.

No fim do vídeo, ela explica que o homem não teve nenhum respeito pelas mulheres e só saiu quando um segurança exigiu sua saída. “Precisou de um macho para tomar a atitude de ir embora”, desabafou. “Hoje a gente dá a mão para a nossa amiga e sim, somos mais fortes juntas”, completou a atriz.

Nas redes sociais, diversas pessoas se manifestaram favoráveis à atitude da atriz. Veja a repercussão:

Vagão exclusivo no do Rio

Virou lei um pedido antigo das mulheres de garantia de vagão exclusivo no sistema de trens e metrô do Rio. A medida foi regulamentada pelo governo do Estado no fim de agosto de 2017, pelo Decreto 46.072/17.

De acordo com a regulamentação, caberá à Polícia Militar fazer a fiscalização. Os infratores serão notificados da primeira vez, ficando sujeitos a multa a partir da segunda infração. O valor vai de R$ 184,70 a R$ 1.152,77, variando em caso de reincidência.

Segundo a lei, os vagões exclusivos somente podem ser usados por mulheres ou por pessoas que se identificam com o gênero feminino, como transexuais. A fiscalização será feita em dias úteis, nos intervalos de 6h às 9h e de 17h às 20h.

Do total arrecado com as multas, 70% serão destinados ao Fundo Especial da Polícia Militar do Rio e 30% ao Fundo Especial da Polícia Civil, para ser direcionado às Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher.

Ao comentar a regulamentação, a deputada Martha Rocha, uma das autoras da lei, lembrou que o governo demorou um ano e quatro meses para regulamentar, mas disse acreditar que agora, “pesando no bolso, os homens vão respeitar os vagões femininos”. Ela destacou que as concessionárias também serão multadas, caso não promovam as campanhas educativas e usem avisos sonoros, e que os valores arrecadados serão destinados aos fundos das Polícias Civil e Militar.

Campanha educativa

A regulamentação também obriga as concessionárias a treinar os funcionários para orientar corretamente os passageiros e intensificar os avisos sonoros e vídeos educativos nos trens e estações. As concessionárias terão prazo de seis meses para se adaptar às determinações.

Com Agência Brasil

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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