Previdência: Precisamos pensar na próxima geração, não na próxima eleição

Destaques da oposição foram rejeitados (Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

Pesquisa divulgada recentemente mostrou que a população de Belo Horizonte é majoritariamente contra a reforma da previdência (leia mais aqui). 85% dos entrevistados disseram ser contra mudanças nas regras da aposentadoria, como, por exemplo, o aumento da idade mínima e do tempo de contribuição.

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Porém, apesar de saber que corro o risco de ser impopular, preciso ser responsável. Por isso, ocupo este espaço para defender a tão almejada e falada reforma da previdência, que vai ajudar todo o país e, por consequência, o nosso Estado, a sanar suas contas. Afinal, como agente pública, preciso pensar na responsabilidade e não na popularidade.

Dados da Secretaria de Estado da Fazenda mostram que temos um enorme déficit previdenciário do funcionalismo, que vem crescendo significativamente ao longo dos anos. Em 2007, nossa arrecadação era de aproximadamente R$ 1,7 bilhão, e nossas despesas de R$ 4,5 bilhões, ou seja, um déficit de R$ 2,8 bilhões.

Já em 2017, o valor das despesas cresceu para R$ 14,5 bilhões, enquanto a arrecadação cresceu para apenas R$ 3,7 bilhões, ou seja, um déficit de R$ 10,7 bilhões. O número é mais estarrecedor ainda se analisarmos o déficit médio mensal, que cresceu de R$ 222 milhões em 2007 para R$ 828 milhões em 2017.

Precisamos fazer alguma coisa. Não tem como um Estado sobreviver dessa maneira. E aqui aproveito para fazer uma ressalva para parabenizar meus colegas parlamentares em Brasília pela coragem que estão tendo em enfrentar o assunto. Lá, após muito debate, a votação da reforma da previdência deve ser concluída no Congresso no final desse mês. Foi uma batalha hercúlea, com muitos setores contrários, mas que deve ser finalizada com um saldo positivo.

Ela seria excelente caso contemplasse também os Estados e os municípios. Diversos movimentos neste sentido estão em andamento. Governadores dos quatro cantos do país, incluindo o nosso governador Zema, foram a Brasília para pedir a inclusão. Se isso não acontecer, teremos que fazer uma força-tarefa para que as 27 assembleias e os 5.570 municípios votem suas próprias reformas, para que as contas locais da previdência também sejam sanadas.

Seriam novas batalhas impopulares. Como a maioria dos governantes anteriores pensou no imediato e no discurso fácil e popular, poucas reformas efetivamente relevantes foram aprovadas até agora. Por isso chegamos onde estamos, em todas as esferas do nosso país. Não vamos deixar o erro se repetir. Os agentes públicos precisam pensar nas próximas gerações, não nas próximas eleições. Só assim o Brasil irá recuperar o tempo perdido e voltar a crescer.

Laura Serrano[email protected]

Laura Serrano é deputada estadual eleita com 33.813 votos pelo partido Novo. Economista, Mestre pela Concordia University (Canadá), pós-graduada em controladoria e Finanças e graduada pela UFMG com parte dos estudos na Université de Liège (Bélgica). É membro da Golden Key International Honour Society (sociedade internacional de pós-graduados de alto desempenho).

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