‘Chuva de fuligem’: BH é tomada por cinzas e fumaça em novo dia de queimadas e tempo seco

Tati Oliveira/BHAZ + Arquivo pessoal/Leonardo Leone

O morador de praticamente todas as regiões de Belo Horizonte se deparou com uma chuva pouco ortodoxa nesta terça-feira (15): a de fuligem. Principalmente entre o fim da tarde e o início da noite, a cidade foi tomada por fumaça e cinzas. O motivo? Mais de 35 incêndios registrados apenas hoje na região metropolitana de BH e uma umidade do ar que chegou a 15%.

“Essas fuligens, que chamamos de névoa seca, é derivada da ausência de nebulosidade durante a noite. Ou seja, a terra perde toda a energia durante a noite e, por consequência, vem a inversão térmica: que é quando uma bolha de calor se forma durante o dia e quando chega a noite ela sobe em torno de 500 a 600 metros”, explica ao BHAZ o meteorologista Ruibran dos Reis.

“É como se formasse um ‘tampão’ que retivesse toda a poluição que ocorreu durante o dia e não deixasse ela se dissipar. E aí, ao invés da temperatura cair, ela começa a subir”, complementa o especialista. Procurado, o Corpo de Bombeiros informou ao BHAZ que, apenas hoje, foram registrados 37 incêndios florestais na capital e região metropolitana.

“Choveu hoje em BH. Infelizmente, a chuva foi de cinzas das queimadas que atingem a cidade e seu arredores. Em diversos pontos da cidade foi possível observar, com tristeza, a chuva de cinzas e fuligem trazida pelo vento”, relatou ao portal o empresário Leonardo Leone.

Novas ‘chuvas’

E essa chuva de fuligem deve continuar nos próximos dias. “Essa situação de intensidade nas fuligens e no ar seco fica até domingo (20). Com a chegada de uma frente fria, na segunda-feira, essa bolha de calor consegue se dissipar devido a formação de nuvens que impede que ela fique fora da superfície”, afirma Ruibran.

O morador deve ficar atento à saúde. A umidade chegou a 15% na estação do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), na região da Pampulha. O índice é próximo ao considerado estado de emergência pela OMS (Organização Mundial da Saúde), quando fica abaixo de 12%. O ideal para o humano é que esteja acima de 60%.

Escala psicrométrica:

Entre 21 e 30% – Estado de Atenção

Cuidados a serem tomados:

  • Evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11 e 15 horas;
  • Umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, molhamento de jardins, etc.;
  • Sempre que possível permanecer em locais protegidos do sol, em áreas vegetadas, etc.;
  • Consumir água à vontade.

Entre 12 e 20% – Estado de Alerta

Cuidados a serem tomados:

  • Observar as recomendações do estado de atenção;
  • Suprimir exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10 e 16 horas;
  • Evitar aglomerações em ambientes fechados;
  • Usar soro fisiológico para olhos e narinas.

Abaixo de 12% – Estado de Emergência

Cuidados a serem tomados:

  • Observar as recomendações para os estados de atenção e de alerta;
  • Determinar a interrupção de qualquer atividade ao ar livre entre 10 e 16 horas como aulas de educação física, coleta de lixo, entrega de correspondência, etc.;
  • Determinar a suspensão de atividades que exijam aglomerações de pessoas em recintos fechados como aulas, cinemas, etc., entre 10 e 16 horas;
  • Durante as tardes, manter com umidade os ambientes internos, principalmente quarto de crianças, hospitais, etc.

Repercussão

“Céu de BH tá cheio de fuligem de novo”, afirmou um belo-horizontino pelo Twitter. A rede social, termômetro da sociedade conectada, mais uma vez acusou o “fenômeno”.

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