Demi Lovato tem nudes vazados, fãs se mobilizam e especialista explica medidas legais

Demi Lovato/Instagram/Reprodução

A cantora Demi Lovato teve sua conta no Snapchat invadida por hackers, que vazaram fotos íntimas da artista, na noite da última quinta-feira (17). Em BH, mulheres têm apoio gratuito da Casa de Referência da Mulher Tina Martins para lidar com situações parecidas. Além disso, um especialista ouvido pelo BHAZ explica como proceder diante deste tipo de crime.

Em uma primeira postagem na conta de Demi, aparecia a frase “Participe deste servidor de discórdia para os meus nudes” juntamente com um link para arrastar para cima. Na sequência, diversas imagens de uma mulher morena nua, que seria a cantora, eram exibidas. As fotos continham legendas como “Junte-se à discórdia do esquadrão risonho para mais”.

Já em uma outra publicação, as pessoas eram orientadas a seguir um usuário: “Adicione meu namorado @ssimon666”. Não demorou muito e as mensagens foram todas apagadas da rede social da cantora. Segundo informações do site The Blast, a assessoria de Demi já está investigando o ocorrido e corre para remover as imagens vazadas em outras páginas da internet.

Snapchat/Reprodução

A artista tem uma legião de fãs pelo mundo e os admiradores não demoraram para criar uma rede de apoio à cantora. A hashtag #RespectDemi entrou para os trending topics após ser muito compartilhada pelos seguidores da famosa, que enfrentou problemas com drogas recentemente.

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Apoio

A Casa de Referência da Mulher Tina Martins é um espaço que visa fortalecer mulheres em situações de vulnerabilidade e/ou violência doméstica. O crime de vazamento de fotos íntimas é algo que pode ocorrer com qualquer mulher e as vítimas podem buscar apoio no local.

“No quesito de autonomia, da relação delas com a vida social. Buscamos mostrar como fazer com que a aquela mulher, mesmo passando por uma situação que abale a vida dela, possa seguir em frente”, explica Isabella Sturvenecker, do Movimento de Mulheres Olga Benário e coordenadora da Casa de Referência da Mulher Tina Martins.

Sobre o vazamento de fotos íntimas, Isabella explica que isso “ataca a construção do que é ser mulher”. “É um crime tão simbólico pois a imagem da mulher é de recatada, do lar, que não vai fazer nada de ‘errado’. Quando você vaza fotos dessa mulher, em um sociedade com a moral tão conservadora, você ataca a construção do que é ser mulher. É um crime muito perverso, quando a nudez é exposta com o único objetivo de depreciar a imagem da mulher”, explica.

A Casa acolhe com o sentido de conscientização da mulher, para que ela entenda que não está sozinha e que uma foto não pode destruir sua vida. “Quando alguém vaza uma foto dessas, além de expor, faz com que a mulher recue, saia do espaço social. Acolhemos a mulher, oferecemos orientação jurídica, psicológica, para fortalecê-la. Além disso, a mulher também poderá compartilhar essa vivência com outras e entender que muitas passam por isso e que a vida deve seguir. É um espaço que a mulher será escutada, sem julgamentos”, completa Isabella.

Qualquer mulher que passar por violência doméstica, ou estiver em situações de risco ou vulnerabilidade, pode entrar em contato com o local pelo telefone 3658-9221. Também é possível ir direto à sede da Casa, que fica na rua Paraíba, 641, Funcionários, região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Jurídico

O advogado Alexandre Atheniense, especialista em direito digital, explica que, nesses casos, a recomendação é sempre não repassar as fotos e apagar imediatamente. “Quando você repassa, está divulgando uma imagem não autorizada para terceiros. A vítima pode tomar medidas caso identifique essas pessoas. A mulher tem o direito sobre a imagem dela e pode tomar a iniciativa de buscar juridicamente por auxilio”, explica.

Sobre ser crime ou não, o advogado explica que depende do caso. De toda forma, existe punição. “Pode ser caracterizada, pelo menos, como um ilícito cível. Caso seja comprovado que a vítima não consentiu, cabe uma ação indenizatória por danos morais. A mulher que passa por isso pode optar por uma medida investigatória para saber quem é o autor e quem repassou”, continua o especialista.

“Existe uma trilha de auditoria para entender o caminho dessas fotos e tomar as medidas cabíveis contra essas pessoas. As penas variam para cada caso, não é possível afirmar. Contudo, pelo menos uma indenização por danos morais a vítima deve conseguir”, completa o advogado.




Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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