AutoData: eram dois pontos de interrogação; restou um

Foto: Fábio Arantes

Os mais de 500 participantes do Congresso AutoData Perspectivas 2020, realizado em São Paulo, SP, em 21 e 22 de outubro, chegaram ao Hotel Transamérica com dois pontos de interrogação flutuando sobre suas cabeças. Como será o mercado em 2020? Como devo programar meu negócio para atender à indústria de veículos no ano que vem?

Congresso da Autodata reuniu dirigentes da indústria automotiva (Foto: Fábio Arantes)

Os executivos de algumas das principais montadoras da indústria, de veículos leves, comerciais, máquinas agrícolas e rodoviárias, motocicletas, além de sistemistas e fabricantes de autopeças, conseguiram eliminar um dos pontos de interrogação: o mercado seguirá crescendo em 2020, mantendo a recuperação iniciada há dois anos.

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Um dígito?

Embora muitos não tenham cravado números, o consenso nas discussões foi de que a venda de automóveis e comerciais leves crescerá em apenas um dígito porcentual – de 5% a 9%. Com um ou outro líder da indústria mais otimista levantando a questão: talvez 10%, por que não?

Um dígito

No segmento de caminhões as estimativas são um pouco mais modestas, na casa do um dígito mesmo. Este ano as vendas sobem 30% e dificilmente o ritmo será mantido contra uma comparação mais robusta – mas vale lembrar que o discurso era semelhante no ano passado e o mercado surpreendeu as fabricantes.

O carro elétrico foi um dos temas do congresso (Foto: Fábio Arantes)

Rota 2040

O que preocupa os executivos, sobretudo da indústria de automóveis e comerciais leves, é o próprio futuro da indústria nacional. Com a eletrificação, que papel terá o setor automotivo brasileiro? Será produtor ou mero consumidor?

A princípio, importados

General Motors e Volkswagen, duas das principais montadoras instaladas no País, começaram a importar os elétricos. Chevrolet Bolt e Golf GTE estarão nas lojas nos próximos dias.

Fabricante de serviços

A Toyota já se assume uma fornecedora de mobilidade, não mais fabricante de veículos. Aqui no Brasil se aventura em um novo segmento, que chama de carsharing – a tradicional locação de veículos com prazos mais flexíveis. Chamado de Toyota Mobility Services, é a menina dos olhos da companhia japonesa.

Fim da linha

Até a conclusão desta coluna o fato era esse: as linhas da fábrica da Ford no Taboão, em São Bernardo do Campo, SP, param na quarta-feira, 30. O Sindicato dos Metalúrgicos local convocou a imprensa para confirmar a demissão de seiscentos trabalhadores.

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Esperança é a última que morre

Seguem as conversas, porém, da Ford com o Grupo Caoa. A encrenca, segundo o sindicalista Wagner Santana, o Wagnão, está com o BNDES: o grupo de Carlos Alberto Oliveira Andrade precisa financiar uma parte do negócio e o banco de fomento não parece disposto a liberar o dinheiro nas condições desejadas.

Plano B?

O governador João Doria diz, agora, ter uma carta na manga para a situação que se arrasta desde março. Uma montadora chinesa, segundo ele, decidiu investir em São Paulo. E Taboão pode vir a ser uma opção.

Fusão à vista

Agora a FCA conversa com o Grupo PSA a respeito de uma fusão, segundo o The Wall Street Journal. Depois de não dar certo com a Renault, o grupo foi pra cima de outra companhia francesa.

Edição: André Barros e Leandro Alves

(*) A Coluna AutoData é publicada todas as semanas neste espaço

Acesse: www.aceleraai.com.br

Acelera Ai[email protected]

Jornalistas Eduardo Aquino e Luís Otávio Pires são os editores do site Acelera Aí e da seção veículos do portal Bhaz

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