O vereador Mateus Simões (Novo) levantou, nesta quinta-feira (7), suspeitas sobre condutas ilícitas e manobras na Câmara Municipal para salvar o ex-presidente da Casa, o vereador Wellington Magalhães (DC), da cassação de mandato. Segundo Simões, há a suspeita de que parlamentares receberiam dinheiro para salvar Magalhães da perda de mandato.
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“Chegou até a mim o boato de que, há alguns dias, um dinheiro começou a ser visto circulando em sacos entre ex-funcionários de gabinete do Wellington Magalhães na Câmara. O valor de R$ 200 mil estaria sendo oferecido para alguns vereadores para que não votassem ou votassem a favor dele no processo de cassação”, disse Mateus Simões ao BHAZ.
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Ainda de acordo com o vereador do Novo, a polícia deve estar a par da suspeita. “São boatos, mas espero que a polícia esteja fazendo o necessário. Ao meu ver, me parece que as informações são críveis devido aos modus operandi adotado”, afirma Simões.
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Além da suspeita de compra de votos, Mateus também disse que há boatos de uma tentativa de que vereadores se ausentem do dia da votação, prevista para o fim do mês.
“Outra informação é a de que vereadores estariam articulando licenças ou viagens para não estarem presentes no dia da votação, mais importante do ano, que é a cassação de um ex-presidente da Casa. Isso não é uma coisa difícil de esconder, pois todos vamos saber quem não vai estar presente no dia. É inadmissível que vereadores estejam prestando ao papel de tentar salvar o Magalhães. Aqueles que tentarem podem pagar caro o preço da opinião pública”, diz o vereador do Novo.
O BHAZ procurou o vereador Wellington Magalhães e seus advogados para que se posicionassem quanto ao processo de cassação e as suspeitas levantadas por Simões. Contudo, o vereador não foi localizado e a sua defesa disse que “não comenta assuntos a respeito do processo contra Magalhães ou extrajudiciais”.
A reportagem também procurou a assessoria da Casa para apurar se algum vereador protocolou pedido de viagem ou licença, mas não obteve uma resposta até esta publicação. Tão logo a Câmara e/ou Magalhães se manifestasse, esta reportagem será atualizada.
Sem tornozeleira
Wellington Magalhães retirou, nesta quinta (7), a tornozeleira eletrônica que monitorava seus passos. O vereador foi preso e afastado do cargo em abril de 2018 após ser preso por envolvimento em um esquema que desviou R$ 30 milhões em acordos de publicidade da Câmara, conforme a denúncia.
Contudo, o parlamentar voltou ao exercício do mandato em 17 de junho e, desde então, participava das atividades da Casa com a tornozeleira.