O principal suspeito de assassinar uma jovem de 23 anos em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte, se apresentou em uma delegacia da capital mineira, na última quarta-feira (6). O homem, um sargento da Polícia Militar de 46 anos, entregou a carteira policial e teve seu porte de arma suspenso.
Segundo a Polícia Civil, o suspeito, que teve um relacionamento com a vítima, se apresentou para “demonstrar boa fé”. Ele se recusou a prestar esclarecimentos ao delegado de plantão, alegando que só vai falar ao delegado de Vespasiano, que é o responsável por conduzir os trabalhos.
Como já se passaram 48h desde que ocorreu o assassinato de Patrícia Salviano Irrthum, o militar não pôde ser preso em flagrante pela corporação.
O sargento será ouvido novamente, mas a data não pode ser divulgada por questões de segurança, conforme informou a PC.
Depressão
Ao BHAZ, a advogada do militar, Brenda Ribeiro, afirmou que o suspeito sofre de depressão e que, desde 2014, faz uso de medicamentos para tratar a doença. “Desde quando começou o relacionamento com a Patrícia que ele faz uso de remédios controlados e consultas para tratar a doença”.
A defensora, no entanto, afirmou que não teve muito tempo para conversar com o sargento e entender como era o relacionamento dele com Patrícia. . “Ele se colocou-se à disposição da Justiça e na delegacia passou por procedimentos internos, como a entrega da carteira de polícia e o documento provando que o porte de arma dele está suspenso”, se resumiu a informar.
Testemunhas, que tiveram a identidade preservada, contaram ao BHAZ que o sargento tinha muitos ciúmes da jovem e que eles haviam terminado o relacionamento há poucas semanas. “Eles ficaram juntos por uns 5 anos e, desde que se separaram, a Patrícia morava com uma amiga do serviço. O sargento era muito ciumento”, disse uma delas.
Crime chocante
Na tentativa de reatar o relacionamento, no domingo (3), o policial marcou um encontro com a jovem e a pediu em casamento. Ele deu à vítima um ursinho de pelúcia, uma caixinha com alianças e uma carta com o pedido de casamento.
No dia seguinte, a jovem saiu cedo com ele, com destino a um shopping de Belo Horizonte. Por volta das 15h, um status foi postado no WhatsApp da jovem com os dizeres: “Fui trair meu marido polícia e deu nisso”.
Além do status no aplicativo, ele enviou a foto do corpo a contatos registrados no celular da vítima. O BHAZ teve acesso à imagem, mas optou por não publicar a foto.
Procurado pelo BHAZ, o porta-voz da PM, major Flávio Santiago disse que a corporação está trabalhando em conjunto com a Polícia Civil para “elucidar o caso”. “Trabalhamos para localizá-lo e assim que tivermos notícias passaremos. Independentemente de quem quer que seja, nós tomaremos providências. Não admitimos qualquer crime contra a vida”.