Zema defende resultados positivos da ditadura militar e critica Constituição brasileira

Reprodução/Arquivo Nacional + Henrique Coelho/BHAZ

A Folha de São Paulo publicou nesta segunda-feira (11) uma entrevista com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema. Alguns posicionamentos do político levantaram tantas críticas na internet, que o assunto “Zema” é um dos mais comentados nesta manhã no Twitter. Além de defender que a Constituição dá excesso de direitos, Zema relativizou o golpe militar de 1964.

“Aqui no Brasil, a legislação, a própria Constituição, conspira contra a classe política. Ela transformou o Brasil num país um tanto quanto ingovernável, com tantas exigências, com tantas exceções, que fica difícil você ser um bom gestor”, avaliou.

A maioria dos usuários do Twitter não reagiu bem aos comentários. “O Brasil naturalizou os discursos antidemocráticos. Lamentáveis os ataques aos direitos da população”, escreveu um deles.

Ainda assim, houve uma parcela que ecoasse as opiniões do político. “Zema do Partido Novo não está errado, nossa constituição é a mais longa e a mais falha”, opinou uma internauta.

Golpe ou Revolução?: ‘Depende da interpretação’

Outro posicionamento que gerou controvérsia foi a relativização do golpe militar de 1964, seguido por uma ditadura que durou 21 anos e terminou, segundo a Comissão da Verdade, com 434 mortos ou desaparecidos por motivos políticos, além de outras mais de 20 mil pessoas torturadas.

Zema reconheceu problemas do golpe, mas destacou “pontos positivos” do período. “Não concordo com o que foi feito, mas tivemos resultados positivos, inegavelmente, e resultados ruins”, defendeu. Para ele, a estruturação da Administração Pública foi um dos pontos positivos. “Estruturou uma série de instituições, equipou-as melhor, como o BNDES acredita o governador de Minas.

Os internautas não só criticaram o posicionamento, como questionaram a informação de que o regime militar possa ter trazido resultados positivos. “Até quando vigorará essa visão de que a ditadura militar ‘foi bem’ na pauta econômica?”, questionou um usuário do Twitter.

Além disso, internautas lembraram das barbáries ocorridas durante a ditadura militar e reforçaram a ideia de que o período não pode ter seus efeitos relativizados. “Entenderam o motivo da ausência do tema ditadura no Enem?”, provocou um usuário no Twitter.

Leia aqui a entrevista na íntegra.

Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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