Os dois homens suspeitos de injúria racial durante um tumulto após o clássico, no último domingo (10), no Mineirão, se pronunciaram sobre o flagrante. Por meio de uma nota, eles lamentaram o ocorrido e afirmaram que não são racistas. O segurança Fábio Coutinho, de 42 anos, registrou boletim de ocorrência contra os agressores. Os dois optaram por não se identificar e prometeram se apresentar à Polícia Civil voluntariamente. Eles devem ser ouvidos nesta terça-feira (12).
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Em representação, a advogada Aline Lopes Martins de Paula, responsável pela defesa dos dois suspeitos, enviou um pedido de perdão dos torcedores. Ambos optaram por manter preservados os nomes, segundo a defesa, “devido às diversas e ameaças que têm sofrido juntamente com seus familiares”.
A advogada explica que os dois estão prontos para prestar esclarecimentos e que aguardam o momento oportuno para, pessoalmente, se retratarem com Fabio Coutinho e com todas as pessoas que se sentiram ofendidas.
Por nota (leia abaixo na íntegra), o primeiro suspeito disse que estava com os ânimos exaltados e que, em momento algum, chamou o segurança de “macaco”. “Me referi à Fábio Coutinho como ‘palhaço’, em momento algum fiz referência a ele com termos racistas como estão mencionando. Podem confirmar nas imagens. Não sou racista!”, escreveu. “Me exaltei e externo meu sincero pedido de perdão ao segurança”.
Já o segundo suspeito, também por nota (leia abaixo na íntegra), pediu perdão “pelo lamentável episódio de domingo motivado por extrema exaltação”, disse. “Fabio Coutinho, me perdoe, eu falhei e peço perdão ao Clube Atlético Mineiro, que (sic) sou apaixonado, a toda nação atleticana e a todos os amantes do futebol, a qualquer pessoa que tenha se sentindo ofendida”. Sobre ter cuspido no segurança, o homem afirma: “Eu errei quando cuspi em você e hoje extremamente arrependido peço que me perdoe é o mínimo que posso fazer, quem me conhece sabe que não sou racista muito menos um indivíduo violento”.
O caso
Um flagrante feito em meio à confusão instalada nas arquibancadas do Mineirão após o término do clássico Cruzeiro e Atlético, nesse domingo (10), ilustra mais um episódio de ofensa racista no futebol. As imagens mostram torcedores do Galo indignados e discutindo com seguranças do estádio, que teriam bloqueado uma saída de emergência. Em determinado momento, bastante alterado, um dos atleticanos diz: “Filho da p***! Olha sua cor”.
O vídeo foi compartilhado pelo jornalista Lucas Von Dollinger no Twitter e, já acumula cerca de 2,3 milhões de visualizações. Na gravação, é possível ouvir que os torcedores reclamam por não conseguirem sair do estádio, onde foi registrado um quebra-quebra. Além disso, o homem que ofende o segurança negro também diz que foi atingido por um tapa.
Nota do suspeito 1
“Venho aqui prestar esclarecimento diante do ocorrido domingo. Estávamos todos exaltados porque a saída de emergência foi bloqueada e no setor que estávamos tinham crianças e idosos e devido ao Spray de pimenta ficamos muito preocupados com o que poderia acontecer. Me referi à Fábio Coutinho como Palhaço, em momento algum fiz referência a ele com termos racista como estão mencionando. Podem confirmar nas imagens. Não sou racista! Estava preocupado com as crianças que ali estavam. Porém me exaltei e externo meu sincero pedido de perdão ao segurança Fábio Coutinho. Quero me retratar com todos, fazer parte deste episódio foi lamentável sou pai de família tenho filhos que cuido com muito amor e ensino a respeitar e amar ao próximo”.
Nota do suspeito 2
“Peço perdão pelo lamentável episódio de domingo motivado por extrema exaltação, e euforia Fabio Coutinho me perdoe, eu falhei e peço perdão ao Clube Atlético Mineiro que sou apaixonado, a toda nação atleticana e a todos os amantes do futebol, a qualquer pessoa que tenha se sentindo ofendida, inclusive minha família em especial esposa, filhas, pais idosos que assim como eu estão sofrendo consequências deste ato falho e impensado. Preciso externar meu arrependimento deixando claro que NÃO sou Racista, espero que este pedido alcance Fabio Coutinho e que ele aceite meu pedido de perdão eu errei quando cuspi em você e hoje extremamente arrependido peço que me perdoe é o mínimo que posso fazer, quem me conhece sabe que não sou racista muito menos um indivíduo violento, e por esta razão quero que todos saibam o quanto me arrependo deste episódio, a todos os que se ofenderam minhas sinceras desculpas. O que eu disse de forma infeliz não corresponde em nada ao que eu penso”
