Menino que perdeu o pai e tem irmão autista comove ao pedir comida ao Papai Noel: ‘E um chinelo pra passar o Natal’

Polícia Militar/Divulgação

“Estamos passando por umas dificuldades aqui em casa, Papai Noel. Mande aqui pra minha casa uma cesta de alimentos e roupas pra mim e pro meu irmão… e um chinelo para passar o Natal e o Ano Novo”. A carta é do pequeno Gabriel, de 10 anos, que foi entregue a policiais militares em Peruíbe, no litoral Sul de São Paulo, nessa quinta-feira (14). Ao BHAZ, o soldado Fabiano Santil afirmou que “deu um aperto no peito” ao ler a cartinha.

O militar e seu parceiro, soldado Rogério Silva, estavam fazendo um patrulhamento no bairro Estação, perto da rodoviária da cidade. “Uma senhora acenou e perguntou se iríamos passar perto do Correio. Ela estava com um papel na mão, uma carta com destino ao Papei Noel. Todo ano eu pego uma cartinha, então resolvi pegar essa e adotar”, explica.

Porém, o policial foi surpreendido com o conteúdo da carta. “Estava esperando que ele fosse pedir um brinquedo, uma bola, jogo, algo assim. Só que ele pediu uma cesta de alimentos, roupas e um par de chinelo para ele e para o irmão, de 8 anos, que tem autismo”, relata.

Polícia Militar/Divulgação

“Aquilo me deu um aperto no peito, lembrei do meu filho, que é da mesma idade dele. Foi emocionante demais. A gente lida com todo tipo de gente, rica, pobre, boas e ruins. Na hora só consegui pensar que era uma injustiça muito grande uma criança passar fome”, conta o soldado.

Fabiano explica que, no mesmo momento, ele o parceiro decidiram comprar tudo o que foi pedido na carta. “Compramos a melhor cesta, mais completa, os chinelos, uns doces, tudo o que ele pediu. Entregamos no mesmo dia. Pelo menos naquele dia eles não iriam passar fome”, continua.

Polícia Militar/Divulgação

Ao chegar na casa, o soldado relata que é um barraco com chão de terra, bem carente. “A mãe dos meninos me contou que o pai deles morreu há algum tempo e ela cria os dois sozinhos. Como a mulher tem que cuidar muito dos filhos, principalmente o que é autista, não consegue parar em um emprego. A situação deles é bem delicada”.

“O bom é que, depois da repercussão da carta, já apareceu muita gente para ajudar. As pessoas estão se mobilizando. A família dele vai sair dessa”, completa.


Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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