Após postar comentários homofóbicos a respeito do jornalista Matheus Ribeiro, o locutor Luiz Gama foi demitido da BandNews FM Goiânia. A emissora de rádio fez o anúncio nesta segunda-feira (18). O jornalista também processará o locutor e outras pessoas que o ofenderam na internet por crime de homofobia.
Luiz Gama postou no Twitter, na última quarta-feira (13), comentários preconceituosos a respeito do jornalista, o primeiro assumidamente homossexual a apresentar o Jornal Nacional. “Putz! Onde o Brasil vai parar? Queimar a rosca agora é moda. Um apresentador de telejornal de qualidade média virou a bola da vez no jornalismo nacional só porque revelou que sua rosquinha está à disposição. A qualidade profissional que se f…”, comentou o locutor.
Em outra postagem, Gama elogiou a decisão do presidente Jair Bolsonaro de acabar com a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista e completou o comentário com mais uma declaração preconceituosa. “Afinal, tem uma fraquíssima em rede nacional só por causa da cor de pele e outro comunzão fazendo fama só porque avisou que queima a rosca”, escreveu.
Em nota, a BandNews FM Goiânia declarou que, apesar de não caber à empresa patrulhar opiniões pessoais dos funcionários, a postura do locutor não condiz com os valores do grupo Band e, por isso, Luiz Gama não continuará trabalhando para a empresa.
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A advogada de Matheus Ribeiro, Maria Thereza Alencastro Veiga, afirmou que o jornalista entrará com ações contra Gama e outros usuários que fizeram comentários abertamente homofóbicos sobre ele. “As pessoas misturam a sexualidade dele com a competência profissional, acabam diminuindo o Matheus por ser homossexual”, contou ela ao BHAZ.
O jornalista, que trabalha na TV Anhanguera, filial da Rede Globo em Goiânia, apresentou o Jornal Nacional como parte da comemoração aos 50 anos do programa. As edições de sábado estão sendo apresentadas por jornalistas de todos o país.
Em postagem no Instagram, o apresentador se manifestou contra o preconceito. “Estou convicto de que a melhor forma é usando essa abrangência em prol de um jornalismo sério, que leve esclarecimento onde há escuridão, que combata preconceitos e desigualdades, que promova a democracia e os direitos humanos. Quero que a minha voz seja instrumento daqueles que ainda não são ouvidos”, escreveu Matheus.
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A advogada explicou que o jornalista tinha a opção de não agir judicialmente, mas resolveu usar sua voz e sua visibilidade. “Mover um processo judicial é incômodo, tem que passar por muitos processos, mas nós decidimos usar a projeção dele para agir em nome das milhares de pessoas que são atacadas dessa forma todos os dias”, completou Maria Thereza.