A Justiça Eleitoral de Minas condenou o ex-governador Fernando Pimentel (PT) a 10 anos e 6 meses de prisão por tráfico de influência e lavagem de dinheiro. A juíza Luzia Divina de Paula Peixoto ainda considerou como agravante a prática de abuso de poder, já que ele teria usado o cargo de ministro para cometer os crimes.
O inquérito apurou irregularidades de caixa 2 no período em que Pimentel foi ministro do Desenvolvimento, no governo Dilma, entre 2011 e 2014. A magistrada determinou que a pena seja cumprida em regime fechado, mas o ex-governador poderá recorrer em liberdade.
No mesmo processo, o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira, “Bené”, que, segundo a acusação, prestou serviços para a campanha de Pimentel ao governo de Minas em 2014 e ajudou no esquema de caixa 2, foi condenado a 8 anos de prisão.
Marcos Coimbra, sócio da empresa de pesquisas Vox Populi, e o empresário Márcio Hiran Novaes foram condenados a 2 anos e 9 meses, pena substituída por prestação de serviços comunitários (1 hora por dia de condenação) e pela multa de 30 salários mínimos.
Segundo a investigação, o ex-governador de Minas Gerais usou os serviços de uma gráfica durante a campanha eleitoral de 2014 sem declarar os valores e recebeu “vantagens indevidas” do empresário Bené, que era dono da gráfica. A campanha também teria recebido verba irregular do instituto de pesquisa Vox Populi.
A decisão da juíza destaca que os direitos políticos de Pimentel e dos outros réus serão suspensos após trânsito em julgado da condenação, quando não couber mais recurso.
Posicionamento pelo Facebook
Na manhã desta quinta-feira (21), Fernando Pimentel falou sobre o assunto por meio do perfil que mantém no Facebook.
Ele começa a postagem condenando a decisão e a divulgação da sentença. “A sentença da 32ª Vara Eleitoral contra mim, divulgada para a imprensa antes mesmo da publicação oficial, é absurda, injusta e juridicamente insustentável”.
Pimentel também garante que não há provas para a condenação, apenas uma delação que ele considera contraditória. ” Não há no processo qualquer prova, sequer uma evidência objetiva, da minha ‘culpa’ nos crimes pelos quais me condenam. Tudo se baseia apenas numa delação questionável e contraditória, como a maioria das que foram obtidas nessa temporada de abusos judiciais que o Brasil infelizmente atravessa”.
O ex-Governador de Minas encerra o comunicado dizendo ter certeza de que será absolvido nas instâncias superiores: “Recorreremos aos tribunais superiores, a sentença certamente será revista. Até lá, manterei a firmeza e a serenidade que sempre marcaram minha trajetória, com fé em Deus e esperança renovada no futuro do nosso país”, finaliza.
Publicação de Pimentel na íntegra
Aos meus amigos e amigas:
A sentença da 32ª Vara Eleitoral contra mim, divulgada para a imprensa antes mesmo da publicação oficial, é absurda, injusta e juridicamente insustentável. Não há no processo qualquer prova, sequer uma evidência objetiva, da minha “culpa” nos crimes pelos quais me condenam. Tudo se baseia apenas numa delação questionável e contraditória, como a maioria das que foram obtidas nessa temporada de abusos judiciais que o Brasil infelizmente atravessa.
Recorreremos aos tribunais superiores, a sentença certamente será revista. Até lá, manterei a firmeza e a serenidade que sempre marcaram minha trajetória, com fé em Deus e esperança renovada no futuro do nosso país. Agradeço a solidariedade de todos! Abraço fraterno a cada um de vocês.