A espera e sofrimento do porteiro Roberto Querino chegou ao fim na noite dessa sexta-feira (29). As filhas Manuella, de 6 anos, e Isabella, de 5 anos, foram raptadas pela mãe, que tinha autorização na Justiça para vê-las somente a cada 15 dias. O reencontro foi em São Gonçalo (RJ), após 50 dias do sequestro. Ao BHAZ, Roberto explica que o momento foi emocionante e, agora, o advogado dele tratará dos trâmites legais.
No dia 11 de outubro, as meninas foram levadas, pelo pai, para passar o fim de semana com a mãe, onde ela morava, em Ribeirão Preto (SP). Depois disso, elas não foram mais vistas. A mãe das crianças também não havia sido encontrada. Foi então que começou a angústia do porteiro, que duraria 50 dias e se encerrou nessa sexta.
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“A gente recebeu informações de onde minhas filhas estavam, logo no fim da tarde dessa sexta-feira. Saímos de Ribeirão Preto e já fomos direto para o bairro Tribobó, em São Gonçalo. Como já tínhamos mandado judicial, fui com meu advogado e o pessoal da 75ª Delegacia de Polícia. Chegamos na casa e encontramos as duas com a mãe”, relata o porteiro.
A mãe foi levada à delegacia para prestar esclarecimentos, e Roberto voltou com as filhas para Ribeirão Preto. “Elas estão comigo aqui em casa, felizes e brincando. Já teve almoço com a família e tudo mais. Já conversei, abracei, beijei. A melhor coisa era voltar para casa, fiz isso o mais rápido possível”, explica.
Com o sequestro, a mulher deve perder o direito de ver as filhas, além de poder responder criminalmente. “Como ela desrespeitou uma ordem judicial, ela perdeu os direitos. Meu advogado já está trabalhando para os próximos passos. A mãe ficou no Rio de Janeiro, na casa onde encontramos minhas filhas mesmo”, continua.
O porteiro diz que a filha foi encontrada graças ao apoio da polícia e à mobilização nas redes sociais. “Eu agradeço demais a todos que compartilharam e ajudaram de alguma forma. Eu até iria postar outro vídeo, mas não sou muito de redes sociais, aí resolvi apagar o Facebook. Aos policiais, fica também o meu agradecimento. Existem policiais muito bons e competentes ainda em nosso país”, relata.
Para o futuro, Roberto só quer ficar o máximo possível com as meninas e avalia a possibilidade de sessões de psicólogo para as filhas. “A mais novinha ficou traumatizada, ela disse que a mãe ficava falando que iriam sumir no mundo, que elas nunca mais poderiam me ver. Daqui para frente vou continuar a fazer o melhor para elas. Foram dias difíceis, de muita tristeza e dor para mim. Sei que para elas também não foi fácil, por isso vou avaliar a necessidade das meninas consultarem um psicólogo”, conta.
Roberto encerra dizendo que sempre acreditou no reencontro. “Quando estamos fazendo as coisas certas, a gente é recompensado, graças a Deus. Tive anjos em minha vida nesse momento, como o doutor Geraldo, meu advogado, além dos policiais e de todas as pessoas que me ajudaram de alguma forma. Só me resta a gratidão”, completa.