Comitê bolsonarista em BH não foi declarado à Justiça Eleitoral, diz Folha

Google Maps/Reprodução

O famoso comitê de apoio à campanha de Jair Bolsonaro à presidência da república, conhecido como Quartel-General do candidato em Belo Horizonte, não foi declarado à Justiça Eleitoral. A informação é da Folha de São Paulo, que, em reportagem publicada nesta sexta-feira (6), relatou as atividades do escritório na avenida Antônio Carlos, no bairro São Francisco, região da Pampulha.

O jornal aponta irregularidades, já que nenhum gasto ou cessão do imóvel foram declarados pela campanha de Bolsonaro. Segundo especialistas ouvidos pela Folha, isso contraria a lei eleitoral. Na época da campanha, as atividades realizadas incluíram aplicação de adesivos em veículos, concentração de apoiadores para carreatas e gravação de vídeos de candidatos aliados a Bolsonaro, como a deputada Carla Zambelli (PSL-SP).

Ouvido pela Folha, um dos donos do imóvel, Eduardo Brasil, confirmou que o local foi cedido a um grupo de bolsonaristas. A reportagem apurou que “o QG funcionou por 51 dias, de setembro a outubro do ano passado, o que representa um gasto não declarado de cerca de R$ 166 mil”.

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Iniciativa espontânea ou doação não declarada?

O empresário Abraão Veloso, que participava das atividades no local, afirmou à Folha que o QG foi parte de uma “campanha espontânea”. Ele se refere ao espaço como um “centro de convivência Bolsonaro”.

No entanto, os especialista que foram ouvidos pela Folha afirmam que uma suposta “iniciativa popular” não pode substituir uma declaração formal à Justiça Eleitoral.

“Haveria, obviamente, uma ilicitude porque houve um proveito político por parte ou do partido ou do candidato. Então certamente o valor teria que ser vinculado à prestação de contas como uma doação estimável em dinheiro, ainda que tenha sido por mero apoiamento, um comitê não formal, ainda que tenha vindo por parte de populares”, acrescentou o advogado Carlos Enrique Caputo Bastos.

A advogada da campanha eleitoral de Jair Bolsonaro, Karina Kufa, disse ao jornal que o imóvel não foi declarado na prestação de contas porque a campanha não soube da sua existência. O empresário Abraão Veloso disse que não houve participação participação da equipe nacional da campanha de Jair Bolsonaro na formação do QG, mas confirmou que o local era do conhecimento do comando, sem citar nomes.

Ainda assim, os especialistas ouvidos pela Folha foram unânimes em dizer que o comando nacional da campanha não pode alegar desconhecimento, pois tem que agir de forma ativa para evitar casos do gênero.

Leia aqui a reportagem completa na Folha de São Paulo.

Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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