Iguais em Bolsonaro, pesquisas se opõem sobre Zema e Kalil em BH

Iniciativa compara duas pesquisas sobre os governo em BH, foto Orion Teixeira

Após a divulgação da pesquisa do instituto Paraná, nesta quinta (5), sobre os governos feita em Belo Horizonte, o mineiro Quaest decidiu comparar seus números. No caso do desempenho do governo Bolsonaro (sem partido), os dados dos dois institutos se igualam dentro da margem de erro. No entanto, divergem, acima da margem de erro, na avaliação do governador Romeu Zema (Novo) e do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD).

De acordo com o Paraná, 35,4% dos belo-horizontinos aprovam a gestão presidencial, sendo que 9,9% a consideram ótima e 25,6% avaliam como boa. Para 28,6%, Bolsonaro tem uma gestão regular. São 33,9% que reprovam seu governo, dos quais 11,5% classificaram como ruim e 22,4%, como péssimo. Apenas 2,1% disseram não saber. Pelos números do instituto Quaest, 33% aprovam; 27% consideram regular e 38% reprovam; 2% não souberam responder.

Confira o campo das amostras

A pesquisa da Quaest foi feita nos dias 2 e 6 de novembro, depois de ouvir 1002 pessoas, residentes na capital mineira de 18 a 75 anos. O Paraná pesquisou entre os dias 28 de novembro e 2 de dezembro, ouvindo 812 eleitores acima de 16 anos. A margem de erro do primeiro é de 3%; o segundo, 3,5%.

A oposição maior entre os dois institutos se evidencia na avaliação de Zema (Novo) e Alexandre Kalil (PSD). No caso do governador Zema, pelo mesmo campo de pesquisas acima, o Paraná apontou que 35,1% consideram positiva; 35,2%, acham regular e 27,3% reprovam. Não souberam 2,3%. Pelos números do Quaest, 21% aprovam; 45% avaliam como regular e 28% reprovam. Os que não souberam foram 7%.

Números de Zema em dois institutos, foto Orion Teixeira

Seguindo a comparação, o instituto Paraná apontou que o governo Kalil obteve 56% de aprovação; 26% acham regular e 16% reprovam. Só 2% não souberam avaliar. Na pesquisa Quaest, 49% aprovam a gestão Kalil; 39% acham regular e 10% reprovam. Os indecisos são 1%.

Comparado entre resultados da gestão Kalil, foto Orion Teixeira

Zema pressiona deputados

O governo Zema (Novo) mantém a tática de pressão sobre os deputados estaduais para ver aprovados os projetos que lhe dê governabilidade. Para aprovar o projeto que o autoriza a vender créditos do nióbio para pagar o 13º salário do funcionalismo servidores, contou com a pressão dos servidores estaduais. Dizia que, se a Assembleia Legislativa de Minas não aprovasse o projeto, não haveria como pagar a gratificação natalina. Servidores fizeram carga sobre os deputados. Os da área de segurança foram até a Assembleia, de onde, de suas galerias, fizeram protesto pela aprovação.

Os recursos da operação com o nióbio deverão render de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões. Além de pagar o 13º salário, o governo irá usar o excedente para extinguir o parcelamento de salários de quase quatro anos. Porém, o fim do parcelamento dos salários dos 600 mil servidores estaduais poderá acontecer em janeiro de 2020 e durar apenas seis ou sete meses.

Fim do parcelamento apenas por 6 meses

A afirmação foi feita pelo secretário de Planejamento do Estado, Otto Levy, em audiência pública na Assembleia Legislativa. O secretário ressalvou que não há garantias de que o parcelamento não possa retornar. “É suficiente (os recursos extras) para acabar com o parcelamento de salários por seis ou sete meses, até junho ou julho do ano que vem”, afirmou o secretário. Zema concordou, em entrevista.

Os dois preveem que o fim definitivo do parcelamento dependerá das medidas vinculadas ao Regime de Recuperação Fiscal. Esse programa é do governo federal pelo qual o governo mineiro deseja aderir. Proposta nesse sentido já foi protocolada na Assembleia e será apreciada no ano que vem. Polêmica e complexa, a medida sofrerá resistências entre os deputados pelas condições impostas pelo governo. Deputados veem a vinculação como uma pressão antecipada sobre a decisão futura da Assembleia. O governador disse que espera maturidade dos deputados estaduais, porque não haveria plano B.

Privatização total

O programa federação de recuperação fiscal impõe venda de todas as empresas estatais e congelamento de salários e de promoções. Em troca, fica suspenso o pagamento da dívida de cerca de R$ 100 bilhões de Minas junto à União.

Essa dívida impõe, hoje, pagamento do serviço no valor de R$ 500 milhões mensais, que está suspenso judicial e liminarmente. Uma das condições da decisão judicial é que Minas resolva a situação no médio prazo. Daí a intenção de renegociar a dívida por meio da recuperação fiscal.

AMM recomenda “juízo” e critica “chantagem” do governo Zema na Assembleia

Orion Teixeira[email protected]

Jornalista político, Orion Teixeira recorre à sua experiência, que inclui seis eleições presidenciais, seis estaduais e seis eleições municipais, e à cobertura do dia a dia para contar o que pensam e fazem os políticos, como agem, por que e pra quem.

É também autor do blog que leva seu nome (www.blogdoorion.com.br), comentarista político da TV Band Minas e da rádio Band News BH e apresentador do programa Pensamento Jurídico das TVs Justiça e Comunitária.

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