A reprovação popular ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido) diminuiu de agosto até dezembro deste ano, mas, ainda assim, o índice continua maior do que o de aprovação. Pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (8) também aponta que o otimismo com a economia aumentou nesse período.
O levantamento indica que a taxa de aprovação do governo Bolsonaro é de 30%, enquanto a de reprovação é de 36%. Apesar do alto índice de reprovação, maior que o registrado em relação aos governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (15%), Luiz Inácio Lula da Silva (15%) e Dilma Rousseff (6%), o otimismo em relação à economia aumentou.
Segundo a pesquisa, a taxa de aprovação da equipe econômica do governo aumentou de 20% para 25%, e a do combate ao desemprego foi de 13% para 16%. Em agosto, 40% dos entrevistados achavam que a economia melhoraria nos meses seguintes. Hoje, a taxa é de 43%.
Desconfiança
Apesar da melhora nas avaliações relacionadas à economia, apontada pelo jornal Folha de S. Paulo como motivo de contenção da perda de popularidade do presidente, as declarações de Bolsonaro ainda são vistas com ceticismo por grande parte da população.
Segundo o Bolsonômetro, o presidente dá ao menos uma declaração falsa ou imprecisa a cada 4 dias. A pesquisa aponta que 80% dos entrevistados dizem ao menos desconfiar das falas de Jair Bolsonaro. Dentre eles, 43% disseram que nunca confiam nas afirmações do presidente e 37% declaram só confiar às vezes. Os que disseram confiar sempre foram 19%, enquanto 1% não soube responder.
A pesquisa também questionou a reação às atitudes de Bolsonaro enquanto presidente: 28% dos entrevistados responderam que ele nunca se comporta como um presidente deveria se comportar e outros 28% afirmaram que, na maioria das vezes, o comportamento é adequado.
Para 25%, na maioria das vezes ele não se comporta adequadamente, mas, às vezes, sim. E 14% ainda afirmaram que as atitudes condizem com a de um presidente em todas as ocasiões.
Outros presidentes
Segundo pesquisas anteriores do Datafolha, somente Michel Temer (MDB) e Itamar Franco chegaram ao fim do primeiro ano de mandato com avaliação pior que a de Bolsonaro (36%). Um ano após o impeachment de Dilma Rousseff, a reprovação de Temer era de 61%.
No final de 2003, 42% dos entrevistados aprovavam o primeiro ano do governo Lula (PT). Fernando Henrique Cardoso (PSDB) chegou ao fim do primeiro ano no cargo com 41% de aprovação, e o mandato de Dilma Rousseff (PT) era aprovado por 59% a essa altura.
