Pela primeira vez, Cruzeiro é rebaixado para a segunda divisão

Vinnicius Silva/Cruzeiro

O Cruzeiro foi oficialmente rebaixado para a segunda divisão do Brasileirão, neste domingo (8). Além de ser derrotado pelo Palmeiras, o time celeste viu o Ceará empatar e garantir sua permanência na Série A, também sacramentando o destino da Raposa.

O Cruzeiro precisava vencer o Palmeiras em casa e torcer pela derrota do Ceará, que enfrentava o Botafogo, no Rio de Janeiro. Nenhum dos resultados vieram. O Ceará empatou por 1×1 e o Cruzeiro perdeu em casa por 2×0.

Sofrimento parcelado

A agonia do torcedor cruzeirense foi se prolongando ao longo do campeonato por conta das crises políticas do clube e, também, dentro de campo. No entanto, ficou para a última rodada a decisão final do destino do Cruzeiro em 2020. Depois de perder para o Grêmio na última quinta-feira (5), por 2 a 0, o time deixou de depender só de si mesmo.

+ Ainda há esperança? Cruzeiro perde, desperdiça mais uma chance e se apega a ‘milagre’

O time entrou em campo com uma probabilidade de 90,7% de ser rebaixado, segundo o Departamento de Matemática da UFMG, ocupando a 17ª posição da tabela com 36 pontos. O Ceará chegou à 38ª rodada com 38.

Torcida única

Mesmo depois do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) rejeitar o pedido do Cruzeiro de receber torcida única no Mineirão, o Ministério Público reforçou o pedido e a Justiça de Minas Gerais concedeu a liminar por motivos de segurança.

A decisão pela torcida única no Mineirão não foi a única estratégia adotada para evitar confusões na partida. As torcidas organizadas Máfia Azul e Pavilhão Independente, conhecidas pela rivalidade, ficaram separadas em lados opostos da arquibancada. A medida foi implementada pela Polícia Militar, que intensificou as ações para a partida no Mineirão.

Início de susto

A adrenalina do torcedor já começou no alto: com um minuto de jogo, o zagueiro Léo, do Cruzeiro, desviou uma cobrança de lateral e quase cabeceou a bola para dentro do gol de Fábio. O goleiro espalmou e jogou a bola para escanteio.

Esperança no Nilton Santos

Dentro ou fora do Mineirão, o cruzeirense dividia a atenção entre a partida do próprio time e o resultado entre Botafogo e Ceará. No final do segundo tempo, a torcida comemorou como se fosse gol do Cruzeiro: o Botafogo abriu o placar no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, e deu esperança para a salvação celeste.

Dependendo só de si

Com o gol do Botafogo, o Cruzeiro voltou a depender só da própria vitória para fugir da Série B. O time demonstrou ansiedade no primeiro tempo, errando muitos passes e sem iniciativa no ataque. Enquanto isso, o Palmeiras teve mais oportunidades e controle da bola, dando mais trabalho para Fábio.

Baldes de água fria

O segundo tempo, tanto da partida no Mineirão quanto da disputa no Nilton Santos, trouxe uma decepção atrás da outra para o torcedor cruzeirense. Aos 12 minutos, Raphael Veiga, do Palmeiras, recebeu o passe de Dudu e tocou para Zé Rafael, que abriu o placar para o Verdão. O gol do Palmeiras deixou a situação do Cruzeiro ainda mais difícil, precisando de uma virada para se salvar.

Menos de 10 minutos depois, as esperanças do torcedor cruzeirense foram “pras cucuias”: o Ceará, que até o momento perdia o jogo, marcou um gol e tirou as chances da Raposa permanecer na Série A. Mesmo com uma virada, o time não conseguiria mais fugir do rebaixamento inédito.

Requinte de crueldade

Em meio ao tumulto que se iniciou nas arquibancadas, ainda durante a partida, muitos cruzeirenses nem viram o Palmeira “selar a tampa do caixão”. Aos 38 minutos do segundo tempo, Bruno Henrique cruzou da direita e Dudu completou de cabeça esticando o placar para 2×0.

FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 0 x 2 PALMEIRAS

Local: Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: 08 de dezembro de 2019, domingo
Horário: 16h (de Brasília)
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ)
Assistentes: Luiz Claudio Regazone e Silbert Faria Sisquim (ambos do RJ)
VAR: Carlos Eduardo Nunes Braga (RJ)
Gols: Zé Rafael (11 minutos do 2º Tempo) e Dudu (38 minutos do 2º Tempo)

CRUZEIRO: Fábio; Orejuela (Weverton), Cacá, Léo e Dodô; Henrique, Éderson e Jadson; Marquinhos Gabriel, Pedro Rocha (Mauricio) e Ezequiel (Sassá)
Técnico: Adilson Batista

PALMEIRAS: Weverton; Marcos Rocha (Mayke), Antônio Carlos, Luan e Diogo Barbosa; Matheus Fernandes, Bruno Henrique e Lucas Lima; Raphael Veiga, Zé Rafael (Gabriel Veron) e Dudu
Técnico: Andrey Lopes

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!