Casal de jornalistas da Globo relata homofobia em hotel: ‘Atributo do resort’

Hotel Iberostar/Divulgação + @erickrianelli + @pedfig/Instagram/Reprodução

Os jornalistas Pedro Figueiredo e Erick Rianelli, da TV Globo, relataram que sofreram homofobia em um hotel da Praia do Forte, em Salvador, na Bahia. O caso aconteceu nesse domingo (8) e os dois se posicionaram nas redes sociais. O BHAZ entrou em contato com Erick Rianelli, que disse não poder dar entrevistas por questões contratuais.

Os dois são casados desde maio de 2018. “A homofobia de cada no dia aconteceu também no Hotel Iberostar Praia do Forte. Reservamos um quarto de casal e nos deram um com duas camas de solteiro. Só aceitaram trocar nosso quarto depois que ameaçamos chamar a polícia”, disse Pedro Figueiredo pelo Twitter.

Erick replicou uma mensagem semelhante a de Pedro pelo Instagram. “O Ibero Star Praia do Forte tem uma localização incrível. Homofobia é outro atributo do resort. Reservamos um quarto de casal e nos deram um com duas camas de solteiro”.

Instagram/Reprodução

“Só aceitaram trocar nosso quarto depois que ameaçamos chamar a polícia”, continuou o jornalista. Ele ainda explica que o hotel ainda teria dado uma “solução” para o problema. “Antes disso ouvi, pelo telefone, ‘Podemos até juntar as duas camas'”, escreveu Erick pelo Instagram.

Pelas redes sociais, as pessoas apoiaram a atitude do casal. Veja a repercussão:

O BHAZ tentou contato com o Ibero Star Praia do Forte por três vezes, mas o hotel não atendeu nossas ligações. Caso o espaço queira se manifestar sobre o ocorrido, a matéria será atualizada.

Homofobia é crime

O STF (Supremo Tribunal Federal) criminalizou a homofobia e transfobia no dia 13 de junho deste ano. No total, foram oito votos contra três para considerar atos preconceituosos contra homossexuais e transexuais como crime de racismo.

O caso foi discutido na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) nº 26 e no Mandado de Injunção nº 4.733, ações protocoladas pelo PPS e pela Associação Brasileiras de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT) e das quais foram relatores os ministros Celso de Mello e Edson Fachin.

As entidades defendem que a minoria LGBT deve ser entendida como grupo análogo ao de “raça social”, e os agressores, punidos na forma do crime de racismo, cuja conduta é inafiançável e imprescritível. A pena varia entre um e cinco anos de reclusão, de acordo com a conduta.

Com a decisão da Corte ficou definido o seguinte:

  • “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito” em razão da orientação sexual da pessoa poderá ser considerado crime;
  • a pena será de um a três anos, além de multa;
  • se houver divulgação ampla de ato homofóbico em meios de comunicação, como publicação em rede social, a pena será de dois a cinco anos, além de multa;
  • a aplicação da pena de racismo valerá até o Congresso Nacional aprovar uma lei sobre o tema.

Nos votos que fizeram durante a sessão, os ministros fizeram ressalvas a respeito de manifestações em templos religiosos. Os espaços não serão criminalizados por dizer que são contra as relações homossexuais. No entanto, não podem incitar ou induzir, mesmo que no interior de suas dependências, discriminação ou preconceito.

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