Um cinegrafista da Globo Minas foi abordado de maneira truculenta durante cobertura ao protesto de policiais militares e civis na tarde dessa quarta-feira (11), em frente ao TCE-MG (Tribunal de Contas do Estado), na avenida Raja Gabáglia, região Centro-Sul de Belo Horizonte.
O cinegrafista Paulo Pires teve sua câmera tomada por policiais que estavam no protesto. Segundo o SJPMG (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais), os manifestantes teriam acusado o profissional de ser um “P2”, um policial à paisana, infiltrado no protesto.
Um vídeo registado pela reportagem do jornal “O Tempo” mostra o momento em que Paulo é cercado por policiais.
Ainda segundo o sindicato, Paulo se identificou como funcionário da Globo, mostrou o crachá e o registro profissional, mas não foi o suficiente para interromper a abordagem. A confusão só teve fim quando o cinegrafista ligou para a chefia de reportagem, que confirmou que ele trabalha para a emissora.
O sindicato e a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) repudiaram o episódio em nota conjunta. “O cerceamento ao trabalho do repórter cinematográfico Paulo Pires é mais um ataque aos jornalistas e ao jornalismo, situação que se tornou frequente nos últimos anos, sem que autoridades tomem providências à altura”, diz um trecho.
“Nós, jornalistas, não aceitamos que violências e restrições ao trabalho da imprensa se tornem banais, pois elas configuram uma das mais sérias ameaças à democracia. Exigimos respeito ao nosso trabalho. Dele depende o direito da sociedade à informação. Exigimos respeito à Constituição, à liberdade de imprensa e ao livre exercício profissional dos jornalistas”, acrescenta.
O presidente da Aspra (Associação dos Praças, Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais), Heder Martins, também comentou o caso. “Não comentaremos quanto ao protesto, pois foi um movimento independente, sem a organização da associação. Tomei conhecimento do ocorrido hoje e, é claro, que nós repudiamos esse tipo de ação. Ainda mais contra vocês da imprensa que dão voz às nossas manifestações”, disse.
O BHAZ procurou a Globo e aguarda o retorno da emissora.
