Delegados e PMs de MG receberam mais de R$ 19 milhões em propina para apreender carros em blitze

Google Street View/Reprodução + MPMG/Divulgação

Do MPMG

Policiais civis e militares, despachantes, comerciantes e donos de pátios de apreensão de veículos em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, foram denunciados por corrupção ativa e passiva, organização criminosa, peculato, inserção de dados falsos em sistemas de informações, obstrução de investigação e lavagem de dinheiro.

Os 16 investigados pelo MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) foram alvos da Operação Cataclisma, realizada em conjunto com a Polícia Civil, Polícia Militar e Receita Estadual.

Nela foram cumpridos 46 mandados de busca e apreensão e 13 mandados de prisão temporária contra integrantes de uma organização criminosa que atuava na cidade da Grande BH. Na operação, nove dos 16 denunciados foram presos. Além disso, foram apreendidos com o grupo mais de R$ 840 mil em dinheiro.

O delegado Christian Nunes de Andrade é apontado como o chefe da quadrilha que faturou mais de R$ 19 milhões fraudando blitze de trânsito e emissão de documentos de veículos no Detran de Santa Luzia.

Na denúncia, os investigados são acusados de cobrarem propina para a liberação e a transferência de veículos, de desviarem peças e equipamentos de carros apreendidos, de participarem dos lucros dos pátios de apreensão e de inserirem dados falsos nos sistemas informatizados do Detran.

“Trata-se de organização criminosa que cobra quantias indevidas para liberação de veículos, entrega de documentos e realização de vistorias”, afirmam os promotores de Justiça na denúncia.

Desvio de peças

O grupo, segundo o MPMG, também organizava operações para apreender veículos e beneficiar os pátios. Além disso, desviavam peças e equipamentos dos automóveis apreendidos em benefício próprio ou de terceiros.

“O esquema funcionava com várias vertentes, passando por pequenos crimes de corrupção até a participação do chefe do Detran de Santa Luzia nos lucros dos pátios”, afirmam os promotores de Justiça. A fraude contaria, ainda, com a participação eventual de despachantes, comerciantes, empresas e pessoas ocupantes de cargos ou funções públicas.

De acordo com os promotores de Justiça, as investigações, que iniciaram há mais de três anos, deixaram clara a existência dessa organização criminosa em Santa Luzia para receber vantagens indevidas na emissão de alvarás de liberação de veículos e de outros documentos pelo Detran. Entre as ações ilegais, também estariam: a apreensão simulada de veículos e a realização de vistorias falsas.

As investigações foram conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), pelo Grupo Especial de Promotores de Justiça de Defesa do Patrimônio Público (Gepp) e por três Promotorias de Justiça de Santa Luzia, com o apoio do Grupo de Combate às Organizações Criminosas (GCOC).

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