Barragem da Vale com potencial para devastar Centro de Macacos está com trincas e vazamentos

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A população de Macacos, como é popularmente conhecido o distrito de São Sebastião das Águas Claras, em Nova Lima, na Grande BH, vive com nova apreensão. A barragem B5 da mineradora Vale apresenta trincas e vazamentos. É o que apontam documentos do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A mineradora confirma as informações, mas garante a estabilidade da estrutura.

Além do risco de atingir diretamente 93 pessoas que moram próximo à barragem e o Centro de Macacos, uma suposta ruptura poderia afetar intensamente o abastecimento de água da Grande BH. “Atingiria a captação de água de Bela Fama, responsável por aproximadamente 60% do abastecimento hídrico da região metropolitana de Belo Horizonte”, diz o MPMG.

Os documentos do Ministério Público foram publicados inicialmente pela Record TV.

A barragem B5 está localizada na Mina da Mutuca e possui 11 milhões de m³ (metros cúbicos) de rejeitos, valor parecido ao da barragem que se rompeu em Brumadinho, em janeiro deste ano, que tinha cerca de 12,7 milhões de m³ (metros cúbicos) de rejeitos.

O alerta feito pelo MPMG está registrado em uma ata de reunião, realizada em 30 de outubro, e o órgão indica a assinatura de um Termo de Compromisso para que aconteça uma auditoria externa independente.

Vale garante estabilidade

A Vale informou ao BHAZ que confirma a presença de trincas, mas garante a estabilidade da estrutura. “As trincas e surgências estão sendo tratadas e monitoradas, conforme recomendações da auditoria independente já contratada, que atestou a segurança da estrutura”, diz, em trecho de nota (leia na íntegra abaixo).

No primeiro semestre, o nível de outra barragem – B3/B4 – foi alterado para o alerta máximo, que corresponde a risco iminente de ruptura.

Parte da população de Macacos se reuniu em uma quadra com integrantes da Defesa Civil Estadual. A estrutura tem cerca de 3 milhões de m³ (metros cúbicos) de rejeitos à montante.

Na época, 49 residências foram evacuadas de maneira preventiva, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Elas fazem parte das moradias que constam em um plano de emergência.

Minas possui hoje, além da barragem B3/B4, outras três estruturas com o risco iminente de ruir: a Forquilha I e a Forquilha II, ambas da Vale em Ouro Preto (região Central de Minas); e a Sul Superior, também da Vale, em Barão de Cocais (Central).

Nota da Vale na íntegra:

“A B5 é uma barragem alteada para jusante e possui histórico de estabilidade. Atualmente, seu fator de segurança está adequado conforme último Relatório de Inspeção de Segurança Regular, elaborado por uma empresa independente em agosto de 2019, quando foi atestada a estabilidade da estrutura. As trincas e surgências estão sendo tratadas e monitoradas, conforme recomendações da auditoria independente já contratada, que atestou a segurança da estrutura.

A B5 é monitorada regularmente e, tanto visualmente, quanto em termos de pressão de água, demonstra estabilidade”.

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