Cadela morre abraçada com dono após parada cardíaca causada por foguetes

Antonella Modasjazh/Facebook/Reprodução

A cadela Magui, uma bóxer adulta, morreu abraçada ao dono após sofrer um ataque cardíaco durante uma queima de fogos de artifícios na cidade de Chubut, na Argentina. A triste história foi registrada no sábado (14), viralizou nas redes e reforçou o alerta sobre os problemas causados pelos barulhos de foguetes aos animais.

Magui passou mal durantes a queima dos fogos que eram disparados pelas ruas da cidade. A família Modasjazh tentou, por várias vezes, chamar médicos veterinários para salvar a cadelinha, mas ela acabou sofrendo uma parada cardíaca e morreu.

Pelo Facebook, Antonella Modasjazh postou um relato do ocorrido, com uma foto do filho mais velho abraçado ao animal, tentando acalmá-lo. A cadela morreu nos braços do jovem.

“Ela era nosso animal amado!!! O nome dela era Magui e ela acabou de morrer. Ela era velhinha e tinha pavor de pirotecnia. Não sabíamos onde mais colocá-la. Enquanto os outros se divertiam, ela estava tendo um momento difícil. Sofreu um ataque, ligamos para todos os veterinários para nos ajudar e nenhum atendeu! A cachorra morreu nos braços do meu filho, enquanto ele implorava que eu chamasse alguém para ajudá-la”, escreveu a mulher.

A publicação tornou-se viral após ser compartilhada por uma ONG argentina, que deixou um alerta. “Sua diversão a atordoou, aterrorizou, gerou um pânico inexplicável. Sua diversão a matou. Magui morreu nos braços de seu dono. Sua família estava desconsolada, perturbada, impotente diante de tal injustiça”.

Problemas com foguetes

Paula Mayer Costa, médica veterinária neurologista da UFMG, explica que o animal escuta melhor que os seres humanos. “Escutam muito bem, tem esse sentido mais aguçado. Com isso, provoca-se uma excitação no animal e, com o barulho dos fogos, desencadeia diversas alterações”, explica.

“O animal pode ter convulsões e problemas cardíacos, por exemplo. Eles ficam com muito medo, tentam se defender, sair daquele lugar que está com muito barulho. O primeiro instinto dele é fugir. Por isso, nesses momentos, não é recomendável abrir portas ou janelas da casa, para que o animal não saia”, continua.

A recomendação básica é colocar tampões de algodão nos ouvidos dos animais, faixas para protegê-los e música clássica para acalmá-los. “Tentar manter o ambiente o mais tranquilo possível, ficar perto deles nesse momento”, explica a médica veterinária.

Caso o animal fique com algum trauma, é preciso levá-lo ao veterinário. “Ele pode desencadear problemas comportamentais, ficar com mais medo, mais agressivo ou acuado. A recomendação é procurar um médico veterinário que trabalhe com o comportamento animal, ele conseguirá indicar um tratamento para amenizar a situação”, completa.

Cuidados com os animais

Com base em estudos científicos, o CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária) defende que fogos de artifícios com estampidos sejam proibidos e gradativamente substituídos por outros sem ruídos, em todo território nacional.

De acordo com a CFMV, já há comprovação científica dos danos irreversíveis para animais e seres humanos causados por artefatos pirotécnicos de efeito sonoro ruidoso e, por isso, recomenda-se a utilização de fogos visuais, que trazem luzes e cores e não produzem efeitos sonoros acima do volume recomendado. Confira íntegra da nota técnica.

Além da persistência no uso de fogos com estampido durante as comemorações de jogos, as datas especiais de final de ano também são fartas de estouros. Por isso, essa é uma época que aumentam as ocorrências de animais que fogem assustados, se ferem ou até morrem por medo e estresse provocados pelo barulho. Então tome cuidado!

Enquanto esta situação persistir, o CFMV apresenta algumas dicas que podem ajudar os tutores minimizar os impactos negativos dos fogos nos seus animais. Confira:

1. Mantenha seu animal identificado. Se ele fugir, tem maior chance de ser encontrado. Registre seu número de telefone e e-mail na coleira do animal. Pode bordar, colocar plaquinhas gravadas, microchip e até mesmo escrever a mão em fitas de tecido.

2. Deixe seu pet ficar perto de você, pois sua presença é reconfortante em momentos de tensão.

3. Prepare o ambiente e acostume seu animal a um espaço fechado, que abafe o som dos fogos. Pode ser um quarto, a lavanderia ou a garagem. Não deixe seu pet em sacadas, perto de piscinas ou em correntes.

4. Coloque música e use essências relaxantes no ambiente. Pergunte ao médico-veterinário de sua confiança sobre ferormônios que reduzem o estresse.

5. Prepare um espaço tipo “toca” para seu cão ou gato. No caso de cães pode ser embaixo de camas ou caixas de transporte. Gatos geralmente gostam de se refugiar em locais altos, como sobre armários, prateleiras e nichos. Coloque nesta “toca” objetos com o seu cheiro, especialmente se ele não estiver na sua companhia.

6. Neste final de ano, durante as tardes dos dias 24 e 31 deixe seu pet cansado. Passeie com seu cão, faça corridas, leve para brincar com outros cães. Também brinque com seu gato, provoque corridas e pulos. Os exercícios e o cansaço deixarão seu pet mais relaxado e possivelmente menos preocupado com os barulhos.

7. Não devemos deixar ração a vontade para os cães. Se você alimenta seu cão duas vezes por dia, o alimente pela manhã normalmente e prepare brinquedos recheáveis com as comidas preferidas dele para fornecer próximo da hora de maior intensidade dos fogos. Ossos naturais bem grandes, para evitar engasgamentos, podem ser opções. O objetivo é ele esteja motivado a se entreter com os brinquedos e fique menos preocupado com o barulho.

8. Seu pet realmente se desespera com o barulho? Ele tem convulsões, atravessa janelas ou portas ou destrói paredes? Neste caso o uso de medicamentos pode ser a melhor opção. Fale com um médico-veterinário e esteja preparado.

9. Dessensibilize seu pet. Existem técnicas de treinamento para fazer com que cães e gatos sofram menos com o barulho de fogos. Fale com um profissional e treine seu pet para o minimizar o sofrimento no próximo fim de ano

Com CFMV

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!