Depois da renúncia da antiga diretoria do Cruzeiro e do desmantelamento da gestão que levou o clube ao rebaixamento, quem assumiu o cargo de administrador, ou CEO, da Raposa foi o empresário Vittorio Medioli. Agora, após 15 dias na função, ele terá que se afastar do cargo por motivos legais.
O anúncio foi feito pelo empresário na manhã deste domingo (5) na sua coluna no jornal O Tempo, do qual é dono. Com o título “Recomeçar do zero”, Medioli explicou que o Estatuto do Cruzeiro não permite que ele exerça o cargo enquanto também é prefeito de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Insatisfeito com o Estatuto, o agora ex-CEO da Raposa afirmou que ele é um “conjunto Frankenstein de regras que atendem interesses miúdos, mesquinhos e de dominação de grupos” e sugeriu a reestruturação do documento para que a reconstrução do clube seja possível.
Mesmo deixando a função de CEO, Medioli garantiu que continuará ajudando o clube, mas dentro do que a lei permite. “Continuarei solidário, dando o meu tempo disponível, minha atenção e apoio em todos os sentidos. O vôlei continuará Sada Cruzeiro, ajudarei na manutenção das categorias de base também do futebol e onde possa ser útil com experiência e desprendimento”, escreveu em um trecho na coluna.
O prefeito de Betim também criticou a falta de transparência de gestões anteriores, afirmando que “a farra foi prolongada” e que a real situação financeira do Cruzeiro deveria ter se tornado pública há três anos. “Alguns conselheiros, dirigentes e um mundo indecifrável de figuras, capazes de qualquer coisa, se descobriu serem donos de passe de atletas, numa intrincada rede de empresas nacionais e estrangeiras que ocultam o verdadeiro titular”, escreveu Medioli.