Uma nova substância tóxica foi encontrada em tanques de produção da cervejaria Backer, em Belo Horizonte, pela Polícia Civil de Minas Gerais. A corporação ainda informou que a contaminação está em um novo lote da bebida, que, apesar de ser produzida pela cervejaria mineira, é comercializada apenas no Espírito Santo com o nome de Capixaba (leia mais abaixo).
A substância é o monoetilenoglicol e foi encontrada em uma garrafa recolhida pelo Ministério da Agricultura na empresa, na última quinta-feira (9). O produto foi analisado no Distrito Federal, sendo submetido ao teste de carbonatação, cujo objetivo era constatar violação na garrafa, algo que não aconteceu.
“Ao final do dia de ontem, foi comprovada a presença de dietilenoglicol e monoetilenoglicol. O contaminante [da cerveja] é qualquer um dos dois, pois ambos são tóxicos e podem causar a síndrome nefroneural”, afirmou Thales Bittencourt, Superintendente de Polícia Técnico Científica.
Ao contrário da substância encontrada inicialmente – dietilenoglicol -, a Backer admite usar monoetilenoglicol no processo de fabricação da cerveja. As duas substâncias são utilizadas no processo de refrigeração de bebida.
“A cervejaria tem a nota fiscal dessa substância [monoetilenoglicol] e galões foram encontrados na empresa. Esse líquido circula nos tanques, a princípio, sem contato, mas as amostras comprovaram a presença tanto dela, quanto do dietilenoglicol”, disse Bittencourt.
A síndrome citada pelo policial já vitimou pelo menos 11 pessoas, sendo que uma delas morreu. Dez pacientes estão internados e outras vítimas podem ser incluídas no inquérito, visto que os casos seguem sendo analisados pelas equipes de saúde.
Outro lote contaminado
Os trabalhos da corporação também constataram mais um lote de bebida contaminada. A cerveja em questão é a que foi analisada no Distrito Federal no último fim de semana.
O outro lote contaminado é o L21354. Mesmo sendo fabricada na cervejaria Backer, a bebida é rotulada como da marca Capixaba e comercializada no Espírito Santo.
A PCMG informou que ela é a mesma da Belorizontina e que é uma espécie de “sub marca”, mas ressaltou que não há casos notificados no Estado vizinho.
O advogado da cervejaria, Marcos Aurélio de Souza Santos, estava na 18ª Delegacia Distrital e disse que falaria somente após ter acesso ao inquérito.