‘Não bebam Belorizontina! De nenhum lote’, afirma CEO da Backer; cervejaria está paralisada

Backer/Divulgação + Amanda Dias/BHAZ

“Não bebam Belorizontina! De qualquer lote que seja. Não sabemos o que está acontecendo”. A forte recomendação da CEO e diretora de Marketing da cervejaria Backer, Paula Lebbos, foi feita nesta terça-feira (14) após autoridades e a própria empresa, em parceria com um professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), constatarem presença de substâncias tóxicas em cervejas da marca.

“Estou sem dormir. Estamos tristes, muito assustados. Estou falando pelos mais de 650 funcionários da Backer que estão em casa porque a fábrica está paralisada. E por isso estamos interessados em resolver o mais rápido possível”, afirmou Paula Lebbos, que justificou seu pedido para que qualquer unidade de Belorizontina, independentemente do lote, seja descartada ao alegar que “não sabe o que está acontecendo”.

“Já comprovamos por meio de todas nossas notas fiscais entregues às autoridades que não é e nunca foi usado o dietilenoglicol. São análises difíceis, porque na literatura não há registro de que isso tenha acontecido em alguma cervejaria”, complementa a dirigente.

Intoxicação

A última atualização da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), divulgada na segunda-feira (13), aponta 17 casos suspeitos de intoxicação por dietilenoglicol, ligados ao consumo da cerveja Belorizontina.

+ Sobe para 17 o número de suspeitas de intoxicação por dietilenoglicol

O dietilenoglicol é usado para refrigeração das bebidas, mas Lebbos garante que a Backer utiliza somente o monoetilenoglicol, uma outra substância, usada em diversas cervejarias. No entanto, esse produto também é tóxico e o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) já encontrou a substância em uma das garrafas recolhidas.

A Backer também identificou a presença de dietilenoglicol ao realizar um estudo em parceria com o engenheiro de alimentos e professor do Departamento de Química da UFMG, Bruno Botelho. Segundo o especialista, os resultados preliminares das análises mostram que junto aos reservatórios do monoetilenoglicol, foi encontrado o dietilenoglicol.

Além disso, a perícia conduzida pelo engenheiro de alimentos está de acordo com o que foi encontrado pelas autoridades, indicando a presença do dietilenoglicol na cerveja.

Recolhimento de cervejas

No fim da tarde de ontem, o Mapa determinou que a Backer terá de recolher todas as cervejas fabricadas pela empresa desde outubro de 2019 do mercado. A ação vale para todos os rótulos da cervejaria.

Paula Lebbos afirma que esse recolhimento inicia a partir desta terça-feira (14). Além disso, a Backer também preparou uma estrutura para oferecer qualquer tipo de ajuda às famílias das vítimas de intoxicação.

A CEO da empresa também pediu que as pessoas não consumissem qualquer lote do rótulo Capixaba, da Backer. Essa cerveja é a mesma do rótulo Belorizontina, porém comercializada no Espírito Santo.

Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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