Cliente da Riachuelo ganha mais de R$ 6 mil após ‘deboche’ de funcionária e paga na mesma moeda

Reprodução/Facebook

Uma moradora de Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte, tornou-se assunto nas redes sociais ao longo dos últimos dias por conta de uma postagem realizada no último dia 9. Chefe de operações em uma agência de marketing, Priscila Enguel contou por meio do Facebook como conseguiu uma indenização de quase R$ 7 mil depois de receber cobranças indevidas de R$ 17 por parte da loja de departamentos Riachuelo.

Ao todo, o post em que Priscila fala a respeito do assunto já conta com mais de 50 mil compartilhamentos. Ela fez um agradecimento à funcionária da loja que a tratou com ironia diante de um pedido de estorno do valor cobrado indevidamente. “Ao dizer que eu iria procurar meus direitos, ela se levantou e, em alto e bom tom, disse com ironia: ‘Por dezessete reais?! Pode ir”, escreveu a mulher de 38 anos em um trecho da publicação.

Ao BHAZ, Priscila contou ter realizado uma compra em uma unidade da Riachuelo ainda em 2016 depois de uma vendedora insistir para que ela fizesse o cartão da loja. “Em 2016, no segundo semestre, fui à loja para fazer uma compra e uma vendedora insistiu que eu fizesse o cartão. Eu fui resistente por saber que tinha algumas taxas, mas ela disse que eu só pagaria pelo que usasse, que não haveria nenhuma cobrança além”, recorda.

Com a compra parcelada em três vezes, Priscila foi para casa e, um mês depois, logo na primeira fatura, lá estava ela: A loja cobrava da cliente uma taxa de R$ 17 além das parcelas do que de fato comprou. “No primeiro mês eu não paguei e nos meses seguintes elas continuaram chegando. Liguei várias vezes pedindo o cancelamento e nada, até que decidi ir até a loja e pedir presencialmente. Eu não contratei nenhum serviço e expliquei isso, mas a funcionária foi irônica por achar o valor irrisório”, detalha.

“Eu estava desempregada na época e não podia arcar com aquela cobrança. Disse que procuraria meus direitos e ela debochou. Fiquei bem motivada a não deixar passar, a gente tem mania de deixar essas coisas passarem, mas dessa vez não deixei”, explicou Priscila.

A mineira ressalta que não tinha dinheiro para pagar advogados e resolveu procurar o Juizado Especial de Vespasiano, onde recebeu orientações a respeito do que fazer. “Fui muito bem tratada e atendida no juizado. Eles me explicaram tudo e eu reuni as provas que precisava para entrar com a ação. Durante esse tempo, a loja tentou várias conciliações, mas eu não aceitei. Não aceitei não por conta do dinheiro, mas pela injustiça. Resolvi que não ia deixar para trás esses pequenos direitos que a gente costuma abrir mão”, conta.

Todo o processo desde a primeira cobrança indevida até a decisão que contemplou Priscila com quase R$ 7 mil durou quase três anos. Ela recebeu a notícia em novembro do ano passado e resgatou o dinheiro pouco tempo depois, em dezembro. “Eu fiquei com um sentimento de missão cumprida. Quem dera se todo mundo tivesse a mesma atitude. Eu acredito que essas empresas não fariam cobranças indevidas se todo mundo corresse atrás. É tirar de gente que não tem. A gente faz cartão e compra parcelado por não ter condições e, para evitar transtornos, as pessoas aceitam pagar por aquilo. Não devemos deixar nossos direitos para o outro”, comenta.

Priscila ainda não sabe o que fazer com o dinheiro, mas garante que ele está muito bem guardado. “Por enquanto ainda está na poupança. Não pensei o que fazer, mas quis postar para mostrar às pessoas que elas devem correr atrás dos direitos delas, sendo por R$ 17 ou menos. Tem gente do Brasil inteiro me procurando, querendo saber do meu advogado. Acredito que essa repercussão ajude a empoderar outras pessoas, para que não abram mão do que é certo”, finaliza.

Por meio de nota enviada ao BHAZ, a Riachuelo confirma o cumprimento da sentença. “A Riachuelo esclarece que o processo judicial mencionado é verídico e que cumpriu com as decisões judiciais estabelecidas para a conclusão do caso desde Abril de 2019”, diz a empresa.

Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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