‘Chuva de mil anos’: Fenômeno que provocou devastação força BH a decretar estado de emergência

Marcelo/Defesa Civil de Belo Horizonte + Amanda Dias/BHAZ

Após as fortes chuvas que atingiram Belo Horizonte e região metropolitana, a prefeitura da capital deve decretar estado de emergência nesta terça-feira (21) para conseguir recursos federais. Segundo a Defesa Civil, um fenômeno chamado “chuva de mil anos” foi o responsável pelos estragos. O prefeito Alexandre Kalil (PSD) disse que mesmo se todas as obras estivessem prontas, ainda assim os estragos aconteceriam.

“A política não é feita em cima de tragédias, de cadáveres. O prefeito tenta aqui abafar o oportunismo de quem nunca fez nada por Belo Horizonte. Eu quero dizer à população de Belo Horizonte que, segundo dados da Defesa Civil, a chuva que caiu aqui ontem é chamada tecnicamente de ‘chuva de mil anos’. Ou seja, 102 milímetros em 40 minutos”, disse o prefeito em coletiva nesta segunda-feira.

Inevitável

“Eu quero esclarecer para a população de Belo Horizonte que se todos os nossos projetos, bacias de contenção, tanto as que estão em licitação quanto as que estão prontas, estivessem prontas, aconteceria o que aconteceu ontem em Belo Horizonte. É um dado que me assustou. Mesmo se estivéssemos com tudo pronto, a tragédia de ontem não seria possível de não acontecer”, continuou.

O prefeito ainda disse que o mais grave da região da Tereza Cristina é que a solução não vem de Belo Horizonte. “Aqui eu não estou falando de Prefeitura de Contagem, porque sabemos que passa por um momento difícil como todas as prefeituras de Minas Gerais. Tomaram um cano histórico do governo [estadual] anterior e continuam com esse problema até hoje”, explicou.

Segundo o coronel Alexandre Lucas, secretário Nacional de Defesa Civil, técnicos estão em Belo Horizonte fazendo uma vistoria pela Tereza Cristina. Ele também se reunirá com o prefeito de Contagem. “A nossa ideia é que, o mais rápido possível, a gente já libere os recursos para que os obras sejam feitas e possamos reconstruir aquilo que foi destruído. Queremos evitar os prejuízos econômicos e sociais”.

Chuva de mil anos

O coronel explica que a “chuva de mil anos” é uma estatística que se faz da incidência desse volume de chuva nesse espaço de tempo, durante um período. “Ou seja, estatisticamente falando, desde quando começou a se verificar isso. Se aconteceu agora, qual a probabilidade de acontecer de novo? Em tese aconteceria agora e depois só daqui a mil anos. Ou teria acontecido há mil anos e só agora aconteceu de novo”, relata.

“Isso tem uma implicação muito grande nos projetos de macrodrenagem e de microdrenagem. Quando uma cidade vai fazer um projeto de bocas-de-lobo, rios, galerias, eles pegam essa recorrência de chuva, para dimensionar esses projetos. Usam-se de chuvas de 50, 100 anos”, continua.

Ainda segundo o coronel, nenhuma cidade usa a de mil anos, porque é uma chuva rara e com um volume de água muito grande. “O custo dela seria infinitamente maior do que a temos no mundo inteiro. É uma chuva muito rara, que tem tido episódios mais frequentes por conta das mudanças climáticas que temos vivido”, completa.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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