Anvisa orienta vigilâncias a fiscalizar interdição da Backer

Amanda Dias/BHAZ + Marcelo Camargo/Agência Brasil

Da Agência Brasil

Nessa terça-feira (21), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) orientou que as vigilâncias sanitárias de todo o país cumpram a determinação de recolhimento e interdição de cervejas da marca Backer, fiscalizando o comércio. 

Até agora, a Anvisa determinou o recolhimento total de quatro lotes produzidos pela Cervejaria Três Lobos, dona da marca Backer. Todos eles deram positivo para a contaminação com a substância tóxica dietilenoglicol e abrangem cervejas com os rótulos Belorizontina e Capixaba.

Na última semana, a agência também interditou preventivamente todos os lotes de todos os rótulos da Backer que tenham vencimento a partir de 20 de agosto deste ano. Os produtos podem permanecer nos estoques do comércio, mas devem ser retirados das prateleiras e não podem ser entregues ao consumidor. A interdição dura, no mínimo 90 dias, tempo que a cervejaria tem para tentar comprovar a segurança do consumo das bebidas.

A medida de interdição de todos os produtos da Backer foi tomada após exames feitos pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) identificarem a presença de substâncias tóxicas em mais 11 lotes da cervejaria, que trazem diferentes rótulos na garrafa. 

Até o momento, segundo o ministério, dez produtos da cervejaria testaram positivo para substâncias tóxicas: Belorizontina, Capixaba, Capitão Senra, Pele Vermelha, Fargo 46, Backer Pilsen, Brown, Backer D2, Corleone e Backer Trigo. Por ora, as análises realizadas pelos laboratórios federais de Defesa Agropecuária constataram 32 lotes contaminados.

Óbitos

O dietilenoglicol é uma substância tóxica que não pode entrar em contato com alimentos e bebidas. A presença da substância na cerveja está associada à ocorrência de óbitos e intoxicações em Minas Gerais.

Na última quinta-feira (16), a SES-MG (Secretaria de Saúde de Minas Gerais) confirmou a quarta morte por ingestão de dietilenoglicol. A vítima é uma mulher que morreu no dia 28 de dezembro em Pompéu, interior do estado.

A primeira das quatro mortes por intoxicação já reconhecidas pela Polícia Civil foi registrada na noite de 7 de janeiro, em Juiz de Fora. Exames a que a vítima foi submetida antes de morrer confirmaram a presença do contaminante no sangue. O homem, cujo nome e idade não foram oficialmente confirmados, foi sepultado no município mineiro de Ubá.

Todos os pacientes internados devido à síndrome nefroneural apresentaram insuficiência renal aguda de evolução rápida, ou seja, que levou a pessoa a ser internada em até 72 horas após o surgimento dos primeiros sintomas, e alterações neurológicas centrais e periféricas, que podem ter provocado paralisia facial, embaçamento ou perda da visão, alteração sensória, paralisia, entre outros sintomas.

Comunicado da Anvisa na íntegra

A Anvisa emitiu uma comunicação de risco para que as Vigilâncias Sanitárias de todo o país acompanhem a situação das cervejas da Backer em suas regiões de atuação.

O comunicado serve como orientação para que o recolhimento e as interdições cautelares determinados pela Anvisa sejam cumpridos.

Há duas determinações da Anvisa em vigor para os produtos da Cervejaria Três Lobos, proprietária da marca Backer. A primeira situação é dos produtos que tiveram sua contaminação comprovada pela Polícia Civil de Minas Gerais e pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, e que por isso devem ser recolhidos. São quatro lotes com determinação de recolhimento de forma definitiva.

O segundo caso é dos produtos que estão interditados de forma preventiva, ou seja, não podem ser comercializados ou colocados à disposição do consumidor, mas ainda não precisam ser recolhidos. A interdição será mantida até que a empresa comprove a ausência de dietilenoglicol e monoetilenoglicol nas suas cervejas.

A interdição está valendo para as marcas de cerveja da Backer (Cervejaria Três Lobos Ltda.), com data de validade igual ou posterior a agosto de 2020, que foram interditadas cautelarmente pela Anvisa na última sexta-feira (17/1).

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