‘Cancelem o rolê de sexta’: Risco de temporal amedronta população e BHAZ tira dúvidas

Amanda Dias/BHAZ

As fortes chuvas que atingiram Belo Horizonte nos últimos dias que podem ocorrer novamente preocupam os cidadãos da capital mineira. Mensagens para não sair de casa nesta sexta-feira (24) estão circulando pelas redes sociais. As dúvidas têm amedrontado os belo-horizontinos.

Para responder alguns destes questionamentos, o BHAZ conversou com a Defesa Civil e com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) para entender essa questão.

A Defesa Civil explica que há uma previsão de chuva forte, que pode chegar aos 100 milímetros nesta sexta. Por causa disso, a prefeitura de BH instalou um comitê no COP (Centro Integrado de Operações), de maneira preventiva. Uma força-tarefa com a Defesa Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros será reunida .

Sem alarde

O órgão municipal informou ainda que não é preciso se desesperar por conta dos temporais de sexta-feira. A Defesa Civil reforça, porém, que, durante o temporal, não se deve trafegar por vias sujeitas a alagamentos.

É importante deixar claro que não há uma previsão que identifique exatamente o dia que o temporal atingirá a cidade. O órgão pede que a população fique atenta aos alertas emitidos pelas redes sociais oficiais da Defesa Civil. Também é possível receber os alertas por SMS, basta enviar o CEP de sua rua para o número 40199.

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Por que pode chover tanto?

O meteorologista Cléber Souza, do Inmet, explica que o grande volume de chuvas é causado por um sistema de baixa pressão no oceano. “Nos próximos dias, isso vai favorecer o aumento da área de instabilidade, principalmente na região Sudeste. Os modelos meteorológicos indicam que pode chover em grande volume em BH e região metropolitana, além da Zona da Mata e Vale do Rio Doce”, explica Souza.

“Pode ocorrer durante todo o dia, sem uma hora exata. Também não é possível prever se o volume cairá em 1, 2 ou 4 horas. Estamos estimando que essa grande chuva caia a partir desta sexta-feira. Depois disso, a intensidade deve diminuir, mas os temporais continuam por mais dias”, completa o meteorologista.

“Chuva de mil anos”

O coronel Alexandre Lucas, secretário Nacional de Defesa Civil, em coletiva nessa terça-feira (20), explicou que o termo “chuva de mil anos” é uma estatística que se faz a partir da incidência do volume de chuva durante um período. “Ou seja, estatisticamente falando, desde quando começou a se verificar isso (o volume de chuvas). Se aconteceu agora, qual a probabilidade de acontecer de novo? Em tese aconteceria agora e só depois daqui a mil anos. Ou teria acontecido há mil anos e só agora aconteceu de novo”, detalhou o secretário.

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“Isso tem uma implicação muito grande nos projetos de macrodrenagem e de microdrenagem. Quando uma cidade vai fazer um projeto de bocas-de-lobo, rios, galerias, eles pegam essa recorrência de chuva, para dimensionar esses projetos. Usam-se de chuvas de 50, 100 anos”, acrescenta.

Ainda segundo o coronel, nenhuma cidade usa de fato a chuva de mil anos, porque é um temporal raro e com um volume de água muito grande. Por causa disso, os custos para projetos seriam infinitamente mais caros. “O custo dela seria infinitamente maior do que a temos no mundo inteiro. É uma chuva muito rara, que tem tido episódios mais frequentes por conta das mudanças climáticas que temos vivido”, finaliza.

Recomendações

Durantes as chuvas, a Defesa Civil pede para que as pessoas estejam bem atentas. Veja algumas recomendações:

  • Redobre a sua atenção! Evite áreas de inundação e não trafegue em ruas sujeitas a alagamentos e próximos aos córregos e ribeirões no momento de forte chuva.
  • Não atravesse ruas alagadas ou deixe crianças brincando na enxurrada e nas águas dos córregos.
  • Não se abrigue nem estacione veículos debaixo de árvores.
  • Atenção especial em áreas de encostas e morros.
  • Jamais se aproxime de cabos elétricos rompidos. Ligue imediatamente para CEMIG (116) ou Defesa Civil (199).
  • Se você observar o aparecimento de fendas, depressões no terreno, rachaduras nas paredes das casas e o surgimento de minas d’água avise imediatamente a Defesa Civil (199).
  • Em caso de raios: não permaneça em áreas abertas e altas, não use equipamentos elétricos.
Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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