Em um dia e meio, Minas registra 30 mortes e 17 desaparecidos em decorrência da chuva

Vitor Toledo/Viwer Fotografia + Reprodução/WhatsApp

As fortes chuvas que atingem Minas Gerais nas últimas horas acumularam uma triste estatística. Em praticamente um dia e meio, já foram registradas 30 mortes e 17 pessoas desaparecidas, além de milhares de pessoas que foram obrigadas a deixar suas casas às pressas. As informações são do último boletim da Defesa Civil do Estado, divulgado às 18h30 deste sábado (25).

Segundo o órgão, 2.620 pessoas foram desalojadas e 911 desabrigadas – quando a residência precisa ser deixada permanentemente. Do total, além dos mortos e desaparecidos, a Defesa Civil registra sete feridos em decorrência da chuva. O número total de afetados é de 3.586.

A quantidade de óbitos pode ser ainda maior, já que existem 17 pessoas desaparecidas. Todas as estatísticas são referentes à 0h de sexta-feira até às 18h deste sábado.

O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu alerta vermelho para o Estado mineiro no início da tarde deste domingo. “Chuva superior a 60 mm/h ou acima de 100 mm/dia. Grande risco de grandes alagamentos e transbordamentos de rios, grandes deslizamentos de encostas, em cidades com tais áreas de risco”, define.

Chuvas assustadoras

As imagens e a força da chuva assustam. Uma das cenas mais emblemática são de Manhuaçu, na Zona da Mata, e cidades vizinhas. Os municípios da região amanheceram debaixo d’água e, mesmo horas depois, o nível não diminui.

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Ao BHAZ, o tenente Flávio Mota, do Corpo de Bombeiros, contou que a chuva começou por volta das 18h de sexta e não parou mais. “Desde o começo ela estava bem intensa, conforme meteorologia tinha previsto. Isso durou até umas 23h, mas rapidamente voltou e daí em diante estendeu madrugada a dentro, ora forte, ora um pouco mais fraca. Só foi parar no começo do dia, por volta de 6h”, disse.

Prefeitura Municipal de Espera Feliz, na Zona da Mata (Reprodução/WhatsApp)

A Defesa Civil do município informou que o rio Manhuaçu transbordou e famílias precisaram ser retiradas de casas. “Algumas foram ficar com parentes e outras levadas para pontos oferecidos pelo município. Cerca de 50 famílias deixaram as casas”, explicou o órgão, via assessoria.

Cidade de Caiana, Zona da Mata (Vitor Toledo/Viwer Fotografia)

A delegacia da cidade também foi inundada – detalhe: 200 presos estão em um presídio anexo à unidade. Foi preciso receber um reforço para que a segurança fosse mantida. “Eles estavam só com um lanche, porque não dava para acessar a delegacia. Agora que a água diminuiu, outras equipes estão indo levar alimentação para todos e vão trocar o pessoal”, afirmou o delegado Carlos Souza ao BHAZ.

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Os presos não devem ser atingidos pela água, já que o presídio fica no segundo andar.

Em cidades próximas, cenário semelhante. Em Carangola, o Centro foi devastado pela água, que, até a noite de hoje, continuava alagando as vias e residências. Já o município de Caiana está ilhado já que todas as estradas estão cheias de água, com mais de 60 famílias desabrigadas.

BH e região

Em Belo Horizonte e região, deslizamentos ceifaram vidas. Foram registrados óbitos na Vila Bernadete, na região do Barreiro, e na Vila Ideal, em Ibirité, na Grande BH, entre sexta e hoje. A causa foi semelhante: barranco cedeu e destruiu residências.

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O prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD), compareceu à Vila Bernadete, pediu desculpas à população, mas alertou que “ainda não acabou” e que os moradores precisam cuidar da própria residência.

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“O que aconteceu aqui foi um desastre natural, estamos falando da maior chuva da história de BH. Isso que aconteceu em BH é mais ou menos um furacão, tufão, terremoto… Tenho obrigação de cuidar das pessoas, mas isso é um desastre ambiental”, afirmou o administrador municipal.

Na noite de sexta, várias regiões de BH se transformaram em rios, com direito aos tradicionais alagamentos na avenida Tereza Cristina, Andradas e outras vias cortadas pelo ribeirão Arrudas.

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