O belo-horizontino deve continuar em alerta! Não bastassem todos os estragos causados pela chuva nos últimos dias, a previsão é de ainda mais água nas próximas horas. A Defesa Civil calcula que a cidade receba 100 mm até a próxima quarta-feira (29). Para efeito de comparação, a quantidade é superior ao que chove, historicamente, durante os 30 dias de seis meses, entre abril e setembro.
- Maio – 28,1 mm
- Junho – 9,7 mm
- Julho – 7,9 mm
- Agosto – 14,8 mm
- Setembro – 55,5 mm
Média histórica de chuva em BH, segundo Defesa Civil
“O volume de chuvas em Belo Horizonte pode superar 100 mm, com rajadas de vento que podem atingir 60 km/h”, diz alerta emitido pela Defesa Civil de BH, que também divulgou um aviso para o risco de pancadas de chuva para esta segunda-feira (27), quando é prevista uma precipitação de até 30 mm – isso significa que, em cada metro quadrado, choverá o equivalente a 30 litros de água até o fim do dia.
PREVISÃO METEOROLÓGICA ESPECIAL (27 até 29/01/2020)
— Defesa Civil de Belo Horizonte (@defesacivilbh) January 27, 2020
O volume de chuvas em Belo Horizonte pode superar 100 mm, com rajadas de vento que podem atingir 60 km/h. Acompanhe as informações nas redes sociais da @defesacivilbh @prefeiturabh @OficialBHTRANS pic.twitter.com/e4tiOvCGe7
A quantidade significativa, apesar de inferior à que atingiu a cidade entre sexta e sábado, assusta justamente por causa do histórico: com a sequência de chuvas, o solo fica encharcado e mais suscetível a deslocamentos.
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“Mais importante para a população: não acabou, não acabou. Ainda temos problemas. Se a pessoa viu que trincou, desmoronou, tem que sair de casa. É o que a pessoa tem que fazer: cada um cuidar da sua casa agora”, disse o prefeito de BH, Alexandre Kalil no último sábado.
Dicas para antes da chuva pic.twitter.com/oIAw6e3J07
— Defesa Civil de Belo Horizonte (@defesacivilbh) 27 de janeiro de 2020
Por que choveu tanto?
Heriberto explica que o mecanismo causador das chuvas mais intensas dos últimos dias foi a zona de convergência do Atlântico Sul. Esse é um corredor que traz da Amazônia muito calor e umidade. “O movimento perdeu força e se deslocou para o norte de Minas, próximo aos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Essa região ainda permanece em estado de alerta hoje, com risco de chuva fortes”, informa.
Desde que o Inmet (Instituo Nacional de Meteorologia) começou a registrar as chuvas em 1810, este é o mês de janeiro com maior chuva em Belo Horizonte. Segundo Heriberto, o grande volume de água traz riscos ao deixar o solo encharcado. “Qualquer chuva que venha a cair é preocupante demais. Nas encostas, os morros e nas regiões mais propícias a deslizamento, desabamento, é preciso redobrar atenção”, alerta.
A Defesa Civil de Belo Horizonte também mantém um alerta geológico até a próxima sexta-feira (31). “Máxima atenção ao grau de encharcamento do solo e aumento do risco de ocorrências de deslizamentos, escorregamentos, quedas de muros, erosões e sinais construtivos”, informa.
+ Número de cidades em situação de emergência sobe para 101; 44 morreram
Como resultado da destruição causada pela chuva, mais de 100 cidades em Minas Gerais declararam situação de emergência. A Defesa Civil do estado também confirmou 44 vítimas fatais, em decorrência das chuvas.
Recomendações da Defesa Civil:
– Tenha um lugar previsto, seguro, onde você e sua família possam se alojar no caso de uma inundação;
– Limpe o telhado e canaletas de águas para evitar entupimento;
– Retire todo o lixo e leve para áreas não sujeitas a inundações;
– Se você morar ou possuir comércio em áreas sujeitas à inundação coloque seus móveis e estoques em lugares altos;
– Colabore com a abertura de deságues para evitar o estancamento de água, pois pode causar muitos prejuízos,principalmente para a saúde;
– Não utilizar alimentos atingidos pela água de enchente ou inundação e nem beber água de enchente ou inundação;
– Não jogar lixo nos bueiros e boca de lobo, nem nos córregos e rios, para não obstruir o escoamento da água;
– Não amontoe sujeira e lixo em lugares inclinados porque eles entopem a saída de água e desestabilizam os terrenos provocando deslizamentos;
– Não deixar crianças brincando na enxurrada ou nas águas dos córregos, pois elas podem ser levadas pela correnteza ou contaminar-se, contraindo graves doenças, como hepatite e leptospirose;
– Não tocar nem usar equipamentos elétricos que tenham sido molhados ou estejam em locais inundados, pois há risco de choque elétrico e curto-circuito;
– Jamais se aproxime de cabos elétricos arrebentados. Ligue imediatamente para CEMIG (116) ou Defesa Civil (199);
– Não coloque lixo nas ruas que seja de fácil propagação com o vento;
– Revise o madeiramento de sua casa;
– Reforce a amarração de seu telhado;
– Desligue os aparelhos elétricos das tomadas e o gás;
– Abaixe para o piso todos os objetos que possam cair, dentro das residências, com o vento forte (exceto em área inundável);
– Se você observar aparecimento de fendas, depressões no terreno, rachaduras nas paredes das casas e o surgimento de minas d’água avise imediatamente a Defesa Civil;
Em caso de raios, se estiver na rua:
Não permaneça em áreas abertas como campos de futebol, quadras de tênis e estacionamentos;
– Não fique no alto de morros ou no topo de prédios;
– Não se aproxime de cercas de arame, varais metálicos, linhas aéreas e trilhos;
– Nunca se abrigue debaixo de árvores isoladas;
– Evite lugares que ofereçam pouca ou nenhuma proteção contra raios (pequenas construções não protegidas, tais como celeiros, tendas ou barracos, veículos sem capota como tratores, motocicletas ou bicicletas);
– Evite estacionar próximo a árvores ou linhas de energia elétrica;
– Evite estruturas altas tais como torres, de linhas telefônicas e de energia elétrica;
Se estiver dentro de casa:
– Não use telefone com fio;
– Não fique próximo a tomadas, canos, janelas e portas metálicas;
– Não toque em equipamentos elétricos que estejam ligados à rede elétrica.