‘Brincadeira da rasteira’: Nova moda entre jovens pode levar a traumatismo craniano e morte

Brincadeira da rasteira tem grandes riscos
Crianças, adolescentes e até adultos entraram na onda da perigosa brincadeira (Whatsapp/Reprodução + @Osandrobarboza/Twitter/Reprodução)

De tempos em tempos, surgem algumas “brincadeiras” entre crianças e adolescentes que podem deixar graves consequências. A moda da vez é a “brincadeira da rasteira”. Diferentemente do apelido, a situação não tem nada de engraçada. Especialista aponta que a situação pode terminar em traumatismo craniano e até morte.

O jogo consiste em desafiar um “colega” a pular o mais alto que puder. Outras duas pessoas ficam ao lado e chutam a perna da pessoa desafiada ainda no ar. Resultado: ela sofre uma queda. Veja as imagens:

Mesmo que a “distração” não seja uma novidade, a viralização pode incentivar que o número de adeptos aumente. Até adultos foram flagrados participando da irresponsabilidade. Por outro lado, pais e especialistas têm usado as redes sociais para espalhar o alerta para os riscos.

Alerta do especialista

Segundo o professor da Faculdade de Medicina da UFMG e especialista em ortopedia e traumatologia, André Lourenço, a “brincadeira” é extremamente perigosa e pode levar a graves sequelas. “A pessoa não está esperando cair, então os sentidos protetores naturais, que amortecem a queda, se perdem pela surpresa da situação”, explica ao BHAZ.

Após ver os vídeos, o professor observa que pode haver um trauma direto no crânio do participante. Um dos riscos é de um traumatismo cranioencefálico (TCE). Nesses casos, a vítima pode ter sequelas neurológicas permanentes. “Outro tipo de consequência possível é o traumatismo raquimedular (TRM), que pode deixar a pessoa tetraplégica”, afirma Lourenço.

O médico acrescenta que a pessoa pode ter outros tipos de fratura nos membros superiores e inferiores, por exemplo.

Conscientizar é importante

André Lourenço conta ao BHAZ que atende no Hospital Risoleta Neves, referência em atendimentos de trauma, onde casos de consequências de “brincadeiras” irresponsáveis são comuns. “Quem atende esse tipo de paciente sabe o quanto essas lesões são mórbidas. Frequentemente são vítimas de brincadeiras na adolescência”, relata.

Por isso, o professor reforça sobre a importância da conscientização sobre os riscos desse tipo de jogo. Pensando nisso, todas as unidades do Colégio Marista iniciaram nesta semana uma campanha de conscientização para mostrar como esse tipo de “brincadeira” é perigoso. Em um dos vídeos compartilhados, alunos da instituição, em Natal, aparecem participando do jogo.

“Por meio de suas equipes pedagógicas, a Instituição tem promovido reflexões com os alunos, durante o período de aulas, sobre as consequências da atitude, que coloca em risco a integridade física dos seus participantes”, informa o Colégio.

Uma adolescente morreu nessa brincadeira?

Além da repercussão dos riscos da “brincadeira”, alguns veículos de imprensa e as redes sociais começaram a associar o jogo à morte da adolescente Emanuela Medeiros, de 16 anos.

A adolescente morreu em novembro de 2019, na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte. No entanto, o “brincadeira” que ela participou era uma outra: a “roleta humana”. Neste caso, duas pessoas se juntam para ajudar uma terceira a dar uma espécie de cambalhota.

Segundo uma reportagem do jornal Primeiro Impacto, do SBT, a adolescente sofreu traumatismo craniano.

Nota do Colégio Marista na íntegra:

Os Colégios que integram o Marista Centro-Norte, uma das três unidades administrativas do Marista no Brasil, iniciaram nesta semana um trabalho de conscientização em sua comunidade acadêmica sobre os riscos da atitude perigosa considerada uma “brincadeira” por alguns jovens e que vem sendo praticada e divulgada na web. Por meio de suas equipes pedagógicas, a Instituição tem promovido reflexões com os alunos, durante o período de aulas, sobre as consequências da atitude, que coloca em risco a integridade física dos seus participantes. Além das medidas preventivas, a Instituição reitera estar atenta aos movimentos em sua comunidade e em relação ao vídeo com os alunos de Natal (RN), informa que todos já foram orientados com suas respectivas famílias.

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