Renata Lo Prete e Fátima Bernardes repudiam ofensa de Bolsonaro contra jornalista da Folha

jornalistas reagem contra bolsonaro
Jornalistas da Globo fizeram discursos contra ofensa feita por Bolsonaro (Reprodução/Globo + José Cruz/Agência Brasil)

As jornalistas Renata Lo Prete, Fátima Bernardes e Miriam Leitão, todas da Globo, reagiram à ofensa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo. Bolsonaro fez um insulto sexual contra a profissional em coletiva à imprensa nessa terça-feira (18), gerando uma série de reações, de pessoas famosas a entidades que defendem o jornalismo, como a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e a ANJ (Associação Nacional de Jornais).

Ainda na noite dessa terça, Renata pediu licença a telespectadores que acompanhavam o Jornal da Globo e falou a respeito da postura de Bolsonaro. “Antes de continuar, como jornalista e mulher não posso deixar de dizer que meu sentimento é das minhas colegas e meus colegas: profunda indignação”, disse após uma reportagem sobre o tema ser exibida.

“Isso não tem nada a ver com política, tem a ver com a dignidade das pessoas, que todos nós temos que respeitar a começar pelo presidente que pelas suas palavras parece se eximir dessa obrigação tão básica”, completou Renata.

Já Miriam Leitão, do Bom Dia Brasil, disse que o presidente “não pode levantar uma insinuação dessa gravidade” e que “não pode acusar uma pessoa sem prova”. “Não pode usar o espaço e o poder que tem para agredir pessoas, grupos sociais, instituições, como ele tem feito”, disse a jornalista.

Sobre o comentário feito por Bolsonaro, de que Patrícia queria “dar um furo”, Miriam disse: “Isso é machismo, é indigno, é difamação. E difamação é crime”, acrescentou. “Quando Bolsonaro ataca dessa forma vil uma jornalista, uma mulher, com esses argumentos machistas, está desonrando a presidência da República”, finalizou.

Fátima Bernardes, por sua sua vez, disse durante o Encontro desta quarta que “é muito triste a gente ver o presidente do nosso país com uma declaração como essa, tentando fazer um ataque sexual a uma jornalista respeitada”. Antes, ela contextualizou a fala explicando que a expressão “raspem o sovaco” estava entre os assuntos mais comentados do Twitter por conta de uma atitude do deputado Eduardo Bolsonaro no plenário.

“Foi uma frase dita pelo deputado Eduardo Bolsonaro no plenário, atacando deputadas que reagiram a uma declaração do pai [Jair Bolsonaro] dele contra a jornalista da Folha de S.Paulo Patrícia Campos Mello”, disse.

“É muito triste a gente ver o presidente do nosso país com uma declaração como essa, tentando fazer um ataque sexual a uma jornalista respeitada. Mas a gente aqui no nosso país, nós mulheres vivemos lutando por espaço, respeito e é muito frustrante, deixa todos indignadas quando vemos que um ataque como esse partindo de uma pessoa que tem o posto, o cargo mais importante e que se esquece que ele governa para todas as mulheres, para todos os homens, e que o comportamento dele serve de referência para o comportamento de todo mundo neste país”, afirmou Fátima Bernardes.

“É por isso que a gente vê um comportamento como esse vindo do presidente e logo depois a gente é obrigado a dar notícia de outro caso que gerou discussão, que é de uma adolescente de 17 anos que denuncia um motorista de aplicativo por assédio sexual, e ele diz que a culpa é da menina”, acrescentou Fátima. Veja ou relembre o caso da adolescente aqui.

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“Tenho certeza de que a declaração de Bolsonaro, não deixa só a mim, as jornalistas, as mulheres em geral, indignadas. Felizmente vemos muitos homens indignados com declarações como essas, contra as quais vamos continuar lutando. Não vai ser uma declaração que vai fazer com que a gente não continue lutando”, finalizou a apresentadora, sob aplausos.

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