Alcova Libertina atrasa cortejo em quatro horas por causa de problema com carro de som

Música da Alcova Libertina se tornou um clássico do Carnaval de BH
Música da Alcova Libertina se tornou um clássico do Carnaval de BH (Renatão/@AlcovaLibertina/Facebook)

O bloco Alcova Libertina precisou alterar o horário do cortejo deste domingo (23) de 15h para 19h por causa do imbróglio relacionado aos carros de som e a ação de fiscalização anunciada seis dias antes da folia. O trajeto está mantido. Os foliões podem se reunir na avenida Silviano Brandão com a avenida dos Andradas.

Bloco precisou atrasar o cortejo em quatro horas (Facebook/Reprodução)

Conforme a organização, um terceiro trio precisou ser alugado para permitir que o bloco saísse para a rua. O Alcova havia alugado um carro em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, depois que as autoridades decidiram exigir, no último domingo (16), que os fornecedores desses trios fornecessem ao Detran-MG uma cópia do CAT (Certificado de Adequação à Legislação de Trânsito). No entanto, o trio não chegaria a tempo.

Por isso, o Alcova chegou a suspender o cortejo. Uma nota de cancelamento chegou, inclusive, a ser enviada para a imprensa. No entanto, um novo orçamento foi levantado e o carro foi alugado.

Relembre a polêmica

A medida repentina, em desacordo com o que foi alinhado em meses de reuniões entre poder público e blocos, deixou até mesmo as forças de segurança em saia justa. Ao dizer, de forma enfática, que toda essa operação para barrar trios que não tivessem CAT era uma preocupação com a segurança dos foliões, o comando da Polícia Militar mineira admitiu que falhou nesse dever em anos anteriores.

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“Tem que ser um Carnaval sustentável na tutela do maior patrimônio que temos, que é a vida. E, quando se trata de vida, não se pode flexibilizar. Cabe à PM proteger o cidadão mineiro através da fiscalização”, afirmou o comandante-geral da PM, coronel Giovanne Gomes da Silva. “Quando se fala de vida a gente não negocia”, complementou em coletiva à imprensa realizada na quinta (20) para anunciar que os blocos seriam barrados.

No entanto, a mesma PM não fez esse tipo de fiscalização nos anos anteriores – e esse exato tipo de trio elétrico é usado ao menos desde 2016. Ao ser questionado sobre a teórica falha em 2019, quando já era comandante-geral, Silva justificou ao dizer que “não chegou ao meu conhecimento nenhum fato concreto como chegou neste ano”.

A Polícia Civil também ficou desconfortável ao ser questionada pela ausência da mesma exigência em anos anteriores. “Essa fiscalização de trânsito ocorre pela PM. Não é o Detran que faz essa fiscalização, é a PM. Não podemos responder por isso. Todas as vezes que nossos agentes se deparam, a gente age. Se fez nos anos anteriores, se fez ou não fez, não tem como dar esse tipo de resposta”, afirmou, ao BHAZ, o delegado da Divisão de Registro de Veículos do Detran-MG, Rafael Faria.

Aline Diniz[email protected]

Editora do BHAZ desde janeiro de 2020. Jornalista diplomada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) há 10 anos e com experiência focada principalmente na editoria de Cidades, incluindo atuação nas coberturas das tragédias da Vale em Brumadinho e Mariana. Já teve passagens por assessorias de imprensa, rádio e portais.

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