A foto de uma tatuagem do escudo do Atlético que circulou pelas redes sociais na segunda-feira (9) esconde por trás uma história surpreendente e que simboliza a paixão da torcida atleticana pelo time. Um tatuador de Belo Horizonte compartilhou uma imagem no Twitter, procurando pela dona do desenho para oferecer a ela um novo, de graça. E a postagem viralizou.
Na publicação, Thiago Scap compartilhou a foto de uma mulher “misteriosa” sentada em um ônibus, com uma tatuagem apagada do escudo e da palavra “Galo”. “Conhecem a dona dessa tattoo? Se acharem ela (e ela quiser claro) farei uma tattoo sinistra do Galo 0800 pra ela”, escreveu o tatuador.
Conhecem a dona dessa tattoo? Se acharem ela (e ela quiser claro) farei uma tattoo sinistra do Galo 0800 pra ela. pic.twitter.com/1JuUOt7yQZ
— Thiago SCAP (@ThiagoScap) March 9, 2020
O profissional contou que recebeu a imagem de um seguidor no Twitter e resolveu procurar a dona da tatuagem para presenteá-la. “Vi que ela aparentemente não tinha mais tatuagens, então devia ser atleticana mesmo. Resolvi que queria achá-la para fazer uma por cima, caso ela topasse, claro”, explica ao BHAZ.
Thiago Scap também é atleticano de coração e é famoso por trabalhar com artes relacionadas ao clube e ao futebol. Foi ele o responsável, com ajuda de membros da torcida organizada Galoucura, a montar o mosaico do clássico de sábado (7), na arquibancada do Mineirão.
“À noite, um sobrinho dela me chamou no Instagram, dizendo que tinha falado com ela e que ela não estava acreditando, achava que era brincadeira de internet. Liguei para ela e conversamos. Ela parece ser uma pessoa humilde, fez a tatuagem há muito tempo, e hoje é muito caro fazer uma bem feita. Ela pirou, ficou muito feliz! Marcamos para segunda-feira (16) e ela está bem aberta em relação à arte, vamos montar no dia”, completa Thiago.
Clerinda, atleticana de coração
“É mentira, deixa de ser boba, eu? Mal entro na internet”. Essa foi a reação de Clerinda Fonseca, diarista de 41 anos, quando uma sobrinha contou que ela estava famosa nas redes sociais. Quando viu a foto, se surpreendeu: “Olha, sou eu mesma! Saí com essa blusa hoje”.
Foi assim que Clerinda descobriu que a foto de sua tatuagem estava circulando na internet. Logo, o tatuador ligou para ela, explicou a situação e ela se animou na hora com a ideia de renovar a homenagem que fez ao time do coração quando tinha apenas 10 anos.
“Sou atleticana apaixonada, mas nasci cruzeirense. Meu pai é cruzeirense doente e, quando eu tinha uns 7 anos, disse que ia me dar um conjunto do Cruzeiro. Ele não conseguiu o dinheiro na época, não pôde comprar e eu apelei e falei: ‘Então não quero mais, quero do Galo'”, explica Clerinda ao BHAZ.
E assim foi feito: os irmãos se juntaram, fizeram uma vaquinha e compraram uma camisa infantil do Atlético para ela. “A partir daí foi só crescendo a paixão. Mais tarde, quando eu tinha 10, 11 anos, conheci uma menina que estava começando a tatuar, nem tinha o aparelho. Ela fez a tatuagem e ficou assim, esse garrancho, mas é tudo de bom, eu amo ela de paixão”, conta.
Clerinda acompanha todos os jogos do Galo pela televisão, mas não vai ao estádio há algum tempo, desde que deixou de trabalhar de carteira assinada. Ela também não tem camisa oficial, mas isso não diminui o amor pelo time. Conseguiu até mudar a cabeça do filho, que também nasceu cruzeirense por influência dos avós.
“Levei ele ao estádio quando era pequeno e ele virou atleticano doente. Minha filha, que mora em Portugal, também é atleticana”. Sobre as tatuagens, Clerinda gostou muito das ideias que Thiago deu e quer fazer uma maior, em destaque. Afinal, como ela resumiu: “A Massa é tudo de bom!”.
