De máscaras, apoiadores de Bolsonaro saem em BH contra Congresso: ‘Brasil é maior que o coronavírus’

manifestacao bolsonaro coronavirus
Manifestantes se reuniram na Praça da Liberdade, Zona Sul de BH (Moisés Teodoro/BHAZ)

Apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), foram às ruas na manhã deste domingo (15), em Belo Horizonte, em uma manifestação contra o Congresso Nacional. O ato aconteceu mesmo com o apelo do mandatário para que fosse cancelado em todo o Brasil, devido ao risco de aumento de casos de coronavírus. Os manifestantes se reuniram na Praça da Liberdade, região Centro-Sul da capital.

“A gente sabe que a situação é séria, que o coronavírus é um fato real. Mas isso foi a vontade popular”, explicou Letícia Fernandes, coordenadora do movimento DireitaBH, organizadora do ato.

A aposentada Thelma Assis foi uma das pessoas que não deixou de sair de casa pela ameaça do COVID-19. “O Brasil é maior! O Brasil é maior que o coronavírus”, garantiu ela, mesmo sem dispensar a máscara no rosto. “Eu tinha que vir aqui pra poder representar o meu país”, completou.

Segundo Letícia Fernandes, a principal pauta do ato era demonstrar apoio a Jair Bolsonaro e defender uma maior governabilidade para o presidente. “O nosso recado já vem sendo dado há muito tempo ao Congresso, pra que deixem o presidente fazer acontecer. A gente não defende o fechamento do Congresso até porque ele é essencial. O que a gente quer é uma cooperação dos três poderes pra que o Brasil ande para frente”, disse.

Mas nem todos os participantes do ato compartilhavam do mesmo posicionamento. Em meio aos cartazes e gritos criticando o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), havia quem defendesse uma intervenção mais radical.

“Eu quero é que feche o Congresso, o STF e a Câmara”, afirmou o produtor rural Marco Polo, de 66 anos. E completou. “Não há governabilidade, eles estão boicotando o governo, nada é aprovado, é tudo engavetado. Sou a favor de intervenção militar já”.

Moisés Teodoro/BHAZ
Moisés Teodoro/BHAZ
Moisés Teodoro/BHAZ
Moisés Teodoro/BHAZ
Moisés Teodoro/BHAZ

Procurados pela reportagem, o movimento DireitaBH e a Polícia Militar não souberam informar a quantidade de público presente no ato.

Outros protestos

Em Brasília, um grupo de pessoas também decidiu ir às ruas neste domingo (15) protestar, mesmo após um decreto do Governo do Distrito Federal (GDF) proibir eventos que reunissem público superior a 100 pessoas, em decorrência da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Portando roupas e bandeiras verde e amarelas, além de cartazes contendo frases contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), os manifestantes marcharam pela Esplanada dos Ministérios até o gramado em frente ao Congresso Nacional. Eles foram seguidos por uma carreata. A Polícia Militar do DF não estimou o número de participantes. 

Também foram registradas manifestações em outras cidades do país durante a manhã, como Belém e o Rio de Janeiro.

Em suas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro postou vídeos da carreata em Brasília e na capital do Pará, e de passeatas na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, e em Ribeirão Preto (SP).

Na última quinta-feira (12), em pronunciamento veiculado em cadeia nacional de rádio e televisão, o presidente classificou as manifestações como “legítimas” e “expressões da liberdade”, mas recomendou que, em meio à pandemia de coronavírus, as pessoas repensassem a ida às ruas.

Rio de Janeiro

Na Zona Sul do Rio, na altura do posto 4 da Praia de Copacabana, próximo à rua Constante Ramos, um grupo também se reuniu. Segundo os organizadores, o ato foi a favor do governo. Não houve avaliação de quantas pessoas participaram da manifestação.

As primeiras pessoas chegaram ao local antes das 10h e às 13h continuavam lá acompanhando os discursos, que eram feitos do alto de um carro de som decorado com faixas que criticavam o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. Muitos carregavam bandeiras do Brasil e a maior parte se vestia de verde e amarelo.

A dona de casa Cristina Siqueira Lemos disse que estava no ato porque torce pelo governo e pelo país. Ela estava acompanhada de amigos e familiares. “A manifestação chama a atenção para resolver o problema do nosso país, de tudo que a gente vive e da corrupção”, disse. Para Cristina, as notícias sobre o efeito do coronavírus foram as causas de menor participação no ato.

A taxista Lima Ressor, que faz parte do Movimento Limpa Brasil, organizador da manifestação, também participou do evento. “A nossa pauta é a agenda do governo”, afirmou.

São Paulo

Na avenida Paulista, manifestantes fazem ato nesta tarde, também em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), havia bloqueio dos dois sentidos da avenida, próximo à Rua Pamplona, por volta das 13h30.

Vestidos de verde e amarelo, alguns com camisas da Seleção Brasileira de Futebol, os manifestantes levaram bandeiras do Brasil para o ato, mensagens de apoio ao presidente e pedidos de intervenção militar.

Foi suspenso hoje em São Paulo, pela prefeitura, o Programa Ruas Abertas, que libera a Avenida Paulista apenas para pedestres, o que deixou a via livre para carros.

O cancelamento do Ruas Abertas integra as ações de combate à disseminação do coronavírus. Mesmo assim, os manifestantes bloquearam trecho da via, concentrados próximo ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Moisés Teodoro[email protected]

Analista de mídias digitais, fotógrafo e produtor audiovisual no BHAZ. Formado em Publicidade e Propaganda no Centro Universitário UNA. No portal desde abril de 2019, também já atuou como analista de conteúdo patrocinado e repórter. Esteve em grandes coberturas como o carnaval de BH e eleições municipais. Participou de reportagens vencedoras do prêmio CDL/BH de Jornalismo em 2021 (primeiro lugar na categoria internet) e em 2019 (segundo lugar na categoria internet).

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!