Nos últimos dias, estamos acompanhando governantes em todo o mundo agirem para conter a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Por parte das autoridades, dia após dia, novas informações são divulgadas: orientações sobre o que fazer e o que não fazer, decretos, liberação de recursos, medidas de contingenciamento, entre outras.
A imprensa, por sua vez, desempenha o importante papel de levar ao conhecimento do cidadão os principais fatos sobre essas decisões, imprescindíveis para a conscientização de todos.
Já a população, com o poder que adquiriu com o crescimento da comunidade online, consegue disseminar, de forma instantânea, qualquer conteúdo enviado por familiares, amigos e demais contatos. E no compartilhamento de informações reside um importante ponto de atenção: necessidade de verificação da veracidade do que está sendo dito, escrito e repassado.
Infelizmente, a facilidade de contágio do coronavírus veio acompanhada pela propagação de notícias falsas e informações equivocadas nas redes sociais e aplicativos de mensagens. Em momentos de crise como esse que estamos vivendo agora, as “Fake News” tendem a ser mais numerosas e circular livremente por aí.
A plataforma Saúde Sem Fake News, do Ministério da Saúde, já desmentiu cerca de 30 boatos que ganharam força na internet – a maioria deles com supostos métodos de prevenção e cura da Covid-19. Um deles diz que chá de abacate com hortelã previne o contágio pelo coronavírus.
Outro boato, também sem comprovação, afirma que pastilhas efervescentes de vitamina C com zinco criam uma barreira protetora. Circula ainda uma mensagem no WhatsApp de que massagem no tórax feita com óleo de orégano é capaz de curar os sintomas.
Em São Paulo, por exemplo, já foi sugerido pelo diretor de um hospital, a ingestão de fígado de boi, sucos de acerola, de laranja e chá de erva-doce para evitar a nova doença. A instituição acabou por desmentir essas afirmações, já que ainda não há nenhuma comprovação científica a respeito de remédios ou alimentos específicos que previnam ou tratem a infecção por coronavírus.
Há, ainda, os boatos que operam no campo das teorias da conspiração. Um deles sugere que o coronavírus seria uma arma biológica criada pela China para derrubar a economia global e se tornar a maior superpotência do mundo.
Outro diz que cientistas já desenvolveram uma cura para o coronavírus, mas que estão escondendo a fórmula do resto do mundo.
Diante da incerteza gerada por esse tipo de situação de emergência em saúde e de reordenamento social, a circulação de informações falsas e não comprovadas pode prejudicar o trabalho das autoridades e ainda causar um mal-estar emocional em todas as pessoas, especialmente naquelas categorizadas como grupos de risco e que já estão mais fragilizadas.
A busca por informação de qualidade e real é uma ação que nos oferece controle para evitar pânico e melhor nos preparar diante das incertezas. Fazer uso adequado das informações (especialmente as provenientes da mídia oficial) pode nos ajudar a transitar pelas circunstâncias atuais da maneira mais saudável possível.
Conheça os fatos e dados confiáveis oferecidos pelos meios de comunicação oficiais e científicos e fuja de dados que não provenham dessas fontes, evitando informações e imagens alarmistas.
Em âmbito federal temos o Ministério da Saúde, que além de reunir dados gerais sobre o coronavírus, tem, inclusive, uma página para reunir os boatos que já foram desmentidos: https://coronavirus.saude.gov.br/.
Em âmbito estadual, a Secretaria de Saúde é o órgão competente para informar sobre as ações já realizadas em Minas para impedir o avanço da propagação. Além disso, o site reúne instruções para prevenção e cuidados que deverão ser adotados daqui em diante: https://www.saude.mg.gov.br/.
Precisamos estar todos atentos e informados. Devemos tomar cuidado, não apenas para não nos submetermos à infecção pelo coronavírus, mas principalmente para interromper o ciclo de propagação. É uma pandemia grave e que merece ser tratada com seriedade. A atitude mais preventiva de todas é, dentro do possível, ficar em casa.