Doria questiona Bolsonaro sobre abandonar isolamento na pandemia: ‘O único certo é o presidente?’

João Doria voltou a criticar Bolsonaro nesta sexta
Críticas foram feitas em coletiva pelo governador de SP (@governosp/Twitter/Reprodução + Marcos Corrêa/PR)

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticou, nesta sexta-feira (27), mais uma vez, Jair Bolsonaro (sem partido) devido às medidas de combate ao novo coronavírus defendidas pelo presidente da República. Doria ainda comentou sobre as ameaças de morte que recebeu depois de confrontar Bolsonaro (veja abaixo).

Doria é a favor do isolamento de toda a população, algo que o presidente Bolsonaro não concorda. Prova disso são o pronunciamento feito em rede nacional ao longo da semana e a campanha lançada pelo governo federal.

Diante da posição do presidente, Doria o questionou em entrevista coletiva. “Quase metade da população do planeta está em casa. O mundo inteiro está em casa e o único certo é o presidente Jair Bolsonaro? Será essa é a racionalidade: só um certo e o mundo inteiro errado? Reflitam sobre isso”, disse.

Mesmo com Bolsonaro convocando as pessoas a retornar aos trabalhos e consequentemente à rotina, Doria falou para as pessoas continuarem em casa. O político citou o exemplo da Itália e perguntou se São Paulo precisará ter o mesmo número de mortos do que o país europeu.

“Antes que isso aconteça, você, que é cidadão e ama a vida, siga as orientações dos médicos e das autoridades que não têm medo de falar a verdade. Fique em casa”.

Ameaças de morte

Na coletiva Doria abordou as ameaças de morte recebidas depois da discussão tida com o presidente Bolsonaro durante uma videoconferência com governadores.

As ameaças foram recebidas no celular e pelas redes sociais. Doria creditou isso ao chamado “gabinete do ódio”. “Os xingamentos [vêm] de pessoas instruídas pelo gabinete do ódio de Brasília, que nos últimos 15 meses só tem produzido isso, erros e instabilidade na vida do país”.

O governador ainda mandou um recado para o presidente e seus apoiadores. “Quero dizer a bolsominios e ameaçadores, agressores, como estes, que eu não tenho medo de cara feia, não tenho medo de bolsominios, de 01, de 02, de 03, de 04. Eu não tenho medo de Bolsonaro”, concluiu.

Um registro de ocorrência foi feito em decorrência das ameaças.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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