Em manifesto, Ciro, Haddad, Boulos e Manuela pedem renúncia de Bolsonaro: ‘Precisa ser contido’

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A oposição também sugeriu medidas para a crise do novo coronavírus (@fernandohaddadoficial + @cirogomes/Instagram/Reprodução + Wilson Dias/Agência Brasil)

Um documento que pede a renúncia do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi assinado por diversos representantes da oposição. No manifesto, eles afirmam que “Bolsonaro é mais que um problema político, tornou-se um problema de saúde pública” e que as atitudes do presidente agravam a crise do novo coronavírus.

O manifesto foi assinado por representantes de centro-esquerda e da esquerda, como os ex-presidenciáveis Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (Psol), e Manuela D’ávila (PCdoB), vice de Haddad. O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) também assinou o manifesto.

No texto, a oposição sugere medidas para que um Plano de Emergência Nacional seja colocado em ação. Entre elas, estão: manutenção das medidas de redução do contato social; criação de leitos de UTI provisórios; importação massiva de testes e equipamentos de proteção e suspensão da cobrança das tarifas de serviços básicos para os mais pobres enquanto dure a crise.

“Bolsonaro não tem condições de seguir governando o Brasil e de enfrentar essa crise, que compromete a saúde e a economia. Comete crimes, frauda informações, mente e incentiva o caos, aproveitando-se do desespero da população mais vulnerável.(…) Deveria renunciar, que seria o gesto menos custoso para permitir uma saída democrática ao país. Ele precisa ser urgentemente contido e responder pelos crimes que está cometendo contra nosso povo”, diz um trecho do manifesto (leia na íntegra abaixo).

Quem assinou o manifesto

  • Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB
  • Carlos Lupi, presidente nacional do PDT
  • Ciro Gomes, ex-candidato a Presidência pelo PDT
  • Edmilson Costa, presidente nacional do PCB
  • Fernando Haddad, ex-candidato à Presidência pelo PT
  • Flavio Dino, governador do estado do Maranhão
  • Guilherme Boulos, ex-candidato a Presidência pelo PSOL
  • Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT
  • Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL
  • Luciana Santos, presidenta nacional do PC do B
  • Manuela D’Avila, ex-candidata à Vice-presidência (PCdoB)
  • Roberto Requião, ex-governador do Paraná
  • Sonia Guajajara, ex-candidata à Vice-presidência (PSOL)
  • Tarso Genro, ex-governador do Rio Grande do Sul

Manifesto na íntegra

“O BRASIL NÃO PODE SER DESTRUÍDO POR BOLSONARO

O Brasil e o mundo enfrentam uma emergência sem precedentes na história moderna, a pandemia do coronavírus, de gravíssimas consequências para a vida humana, a saúde pública e a atividade econômica. Em nosso país a emergência é agravada por um presidente da República irresponsável. Jair Bolsonaro é o maior obstáculo à tomada de decisões urgentes para reduzir a evolução do contágio, salvar vidas e garantir a renda das famílias, o emprego e as empresas. Atenta contra a saúde pública, desconsiderando determinações técnicas e as experiências de outros países. Antes mesmo da chegada do vírus, os serviços públicos e a economia brasileira já estavam dramaticamente debilitados pela agenda neoliberal que vem sendo imposta ao país. Neste momento é preciso mobilizar, sem limites, todos os recursos públicos necessários para salvar vidas.

Bolsonaro não tem condições de seguir governando o Brasil e de enfrentar essa crise, que compromete a saúde e a economia. Comete crimes, frauda informações, mente e incentiva o caos, aproveitando-se do desespero da população mais vulnerável. Precisamos de união e entendimento para enfrentar a pandemia, não de um presidente que contraria as autoridades de Saúde Pública e submete a vida de todos aos seus interesses políticos autoritários. Basta! Bolsonaro é mais que um problema político, tornou-se um problema de saúde pública. Falta a Bolsonaro grandeza. Deveria renunciar, que seria o gesto menos custoso para permitir uma saída democrática ao país. Ele precisa ser urgentemente contido e responder pelos crimes que está cometendo contra nosso povo.

Ao mesmo tempo, ao contrário de seu governo – que anuncia medidas tardias e erráticas – temos compromisso com o Brasil. Por isso chamamos a unidade das forças políticas populares e democráticas em torno de um Plano de Emergência Nacional para implantar as seguintes ações:

– Manter e qualificar as medidas de redução do contato social enquanto forem necessárias, de acordo com critérios científicos;

– Criação de leitos de UTI provisórios e importação massiva de testes e equipamentos de proteção para profissionais e para a população;

– Implementação urgente da Renda Básica permanente para desempregados e trabalhadores informais, de acordo com o PL aprovado pela Câmara dos Deputados, e com olhar especial aos povos indígenas, quilombolas e aos sem-teto, que estão em maior vulnerabilidade;

– Suspensão da cobrança das tarifas de serviços básicos para os mais pobres enquanto dure a crise,

– Proibição de demissões, com auxílio do Estado no pagamento do salário aos setores mais afetados e socorro em forma de financiamento subsidiado, aos médios, pequenos e micro empresários;

– Regulamentação imediata de tributos sobre grandes fortunas, lucros e dividendos; empréstimo compulsório a ser pago pelos bancos privados e utilização do Tesouro Nacional para arcar com os gastos de saúde e seguro social, além da previsão de revisão seletiva e criteriosa das renunciais fiscais, quando a economia for normalizada.

Frente a um governo que aposta irresponsavelmente no caos social, econômico e político, é obrigação do Congresso Nacional legislar na emergência, para proteger o povo e o país da pandemia. É dever de governadores e prefeitos zelarem pela saúde pública, atuando de forma coordenada, como muitos têm feito de forma louvável. É também obrigação do Ministério Público e do Judiciário deter prontamente as iniciativas criminosas de um Executivo que transgride as garantias constitucionais à vida humana. É dever de todos atuar com responsabilidade e patriotismo.

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