A tecnologia em tempos de crise

Foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press

É evidente que as crises geram mudanças na sociedade. No caso dessa que estamos vivendo com o novo coronavírus, muitas das mudanças já podem ser notadas, principalmente no que diz respeito ao uso da tecnologia e à relação de consumo. Com o necessário isolamento social, processos que eram até então habitualmente comuns e presenciais, acabaram por sofrer interferências e operar de forma remota, graças à tecnologia.

Para não interromper drasticamente o fluxo natural de trabalho, empresas de diversos setores e, inclusive órgãos do governo, passaram a se reunir e a tomar decisões por meio das videoconferências, uma tecnologia que já existia mas que nunca teve tantos adeptos como agora. Os aplicativos de delivery nunca foram tão utilizados. As lojas virtuais, acostumadas com o aumento do consumo apenas em épocas excepcionais, viram seu tráfego subir rapidamente.

Os parlamentos deram um importante exemplo de como a tecnologia pode auxiliar em momentos de calamidade pública, permitindo a apreciação e aprovação de projetos importantes mesmo com a necessidade de isolamento social. Diversas casas legislativas já vêm adotando o plenário virtual, com mandatários mantendo, inclusive, momento de fala. Dentre os legislativos estaduais, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais foi pioneira no Brasil. 

Mas, de fato, o que a pandemia da COVID-19 vem mostrando para o mundo em termos de mudança de hábito? Somos e seremos cada vez mais dependentes dos serviços de tecnologia e precisamos destacar a relevância das empresas do setor, ainda mais em um cenário de crise econômica. Toda crise traz consigo oportunidades, mas é preciso “pensar fora da caixa”. Como os negócios podem se reinventar em um contexto de necessário isolamento social? A tecnologia, sem dúvida, é a chave da resposta. 

Enquanto vemos o resto da economia afundar com os efeitos preocupantes da crise, muitas empresas de tecnologia continuam em constante crescimento para prover novas soluções. Serviços de comunicação, como o de videoconferência Zoom, de delivery de alimentos como UberEats e Ifood, de streaming como Netflix e Youtube, e outras plataformas que se tornam cada vez mais conhecidas tenderão a expandir seus negócios nesse período desafiador.

Belo Horizonte possui uma comunidade com mais de 200 startups denominada San Pedro Valley, nome que faz analogia ao Vale do Silício ou Silicon Valley, na Califórnia. É referência para empreendedores de base tecnológica onde grandes empresas, como Facebook e Google estão localizadas. Além disso, temos em Minas Gerais várias startups de referência nacional como a Méliuz, a Hotmart e a Pris. Todas elas enfrentam pelo menos um desafio comum aqui no Brasil:  falta de mão de obra capacitada, o que dificulta o crescimento e, consequentemente, a geração de mais oportunidades e expansão no desenvolvimento econômico.

Hoje, temos em Minas Gerais um déficit de mão de obra especializada em tecnologia e programação de no mínimo 2.000 vagas, com salário inicial na ordem de R$ 3.200, bastante superior à realidade das demais áreas e profissões. O setor de tecnologia, só em Minas, tem perspectiva de gerar receitas aproximadas de cerca de R$ 1 bilhão em 2020 – e pasmem: valores já atualizados com a crise econômica. A expectativa é de alavancar até R$ 10 bilhões nos próximos 3 anos.

O mercado de tecnologia deve ser o grande impulsionador para que Minas Gerais supere mais rapidamente a crise econômica intensificada pela pandemia do novo coronavirus. É inegável que estamos passando por mudanças duradouras na sociedade e, seja em relação aos hábitos de consumo e trabalho ou no desenvolvimento de ferramentas para o tratamento de saúde, a tecnologia exerce um protagonismo imenso na escrita dessa história.

No meu gabinete, temos executado ações de fomento e articulação com o governo estadual relacionadas à formação de mão de obra em tecnologia e programação, sempre primando pelo avanço do desenvolvimento econômico e social de Minas. O foco é permitir que mais mineiros tenham oportunidades e maiores chances de gerar emprego e renda, buscando superar a crise.

Laura Serrano[email protected]

Laura Serrano é deputada estadual eleita com 33.813 votos pelo partido Novo. Economista, Mestre pela Concordia University (Canadá), pós-graduada em controladoria e Finanças e graduada pela UFMG com parte dos estudos na Université de Liège (Bélgica). É membro da Golden Key International Honour Society (sociedade internacional de pós-graduados de alto desempenho).

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