‘A hora dele vai chegar’: Bolsonaro sugere nova ameaça a Mandetta e intensifica crise política

Bolsonaro Mandetta indireta
Presidente da República, Jair Bolsonaro, e o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (Isac Nóbrega/PR)

Em rota de colisão com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), mandou uma indireta enquanto conversava com apoiadores, na porta do Palácio da Alvorada, nesse domingo (5). O mandatário sugeriu que pode usar a “caneta” contra integrantes do governo que “viraram estrelas” e “falam pelos cotovelos”.

Bolsonaro e Mandetta têm se desentendido publicamente por conta das medidas adotadas no combate ao novo coronavírus. O ministério comandado por Mandetta defende o isolamento social, aderido por governadores e prefeitos, enquanto o presidente sugere o isolamento apenas do grupo de risco e a volta do comércio, o que contraria especialistas, órgãos de saúde e a própria OMS (Organização Mundial de Saúde).

Durante a conversa com um grupo de religiosos que estava na porta do Palácio, Bolsonaro disparou: “Algumas pessoas no meu governo, algo subiu à cabeça deles. Estão se achando. Eram apenas pessoas normais, mas, de repente, viraram estrelas, falam pelos cotovelos, tem provocações. A hora dele não chegou ainda, mas vai chegar. A minha caneta funciona. Não tenho medo de usar minha caneta, nem pavor. E ela vai ser usada para o bem do Brasil, não é para o meu bem, nada pessoal meu”, disse o presidente sem citar nomes.

Não é a primeira vez que o presidente solta uma indireta dirigida ao ministro da Saúde. Em meio à crise do novo coronavírus, o presidente chegou a dizer na rádio que “nenhum ministro é indemissível” e que os dois – ele e Mandetta – já andavam “se bicando há algum tempo”. Já Mandetta afirmou à Folha “que quem tem mandato popular fala, e quem não tem, como eu, trabalha”.

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Em meio ao desentendimento no alto comando, a doença segue avançando pelo país. Segundo dados do Ministério da Saúde, até o momento, são 11 mil casos confirmados do novo coronavírus no Brasil e 486 mortes. A taxa de letalidade do vírus no Brasil é de 4,2%.

Dentre os óbitos cuja investigação foi concluída, 228 são de homens e 160 de mulheres. O grupo de pessoas com 60 anos ou mais concentra a maior parte, com 312 óbitos (86%). As mortes de pessoas entre 40 e 59 anos somam 54. Além disso, 20 pacientes com idades entre 20 e 39 anos morreram.

Com Agência Brasil

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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