Governo reforça isolamento em coletiva sem Mandetta, que fala de relação com Bolsonaro: ‘Ameaça não dá’

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Bolsonaro ao lado de Mandetta, ministro que estaria prestes a ser demitido (Walter Campanato/Agência Brasil)

Sem a presença do Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante entrevista coletiva desta segunda-feira (6) sobre o coronavírus no Brasil, o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira, reforçou a importância do isolamento social.

O chefe da pasta da Saúde foi convocado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para reunião geral com todos os ministros às 17h, mesmo horário previsto para a apresentação dos dados da Covid-19 no país.

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A relação entre o ministro Mandetta e o presidente Bolsonaro estremeceu ao longo dos últimos dias, principalmente por conta dos posicionamentos distintos defendidos por eles em relação ao novo coronavírus. Bolsonaro defende o chamado “isolamento vertical” – em que apenas pessoas do grupo de risco da doença devem ficar isolados. Já Mandetta é favorável ao isolamento amplo, que compreende toda a população.

“Ameaça não dá. O presidente tem de tomar uma decisão”, teria dito o ministro ao conversar, segundo interlocutores, com os ministros Braga Neto, da Casa Civil, e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo. A informação é de Gerson Camarotti, do G1.

A fala teria relação com uma possível demissão do ministro. Bolsonaro disse, sem citar nomes, que a “a hora” de alguém “vai chegar”. O comentário foi interpretado como uma nova ameaça ao ministro Mandetta.

Coronavírus no Brasil

O Brasil tem 12.056 casos confirmados e 553 mortes. O secretário destacou a aumento acelerado dos casos do novo coronavírus no Brasil.

“Desde que se confirmou o primeiro caso da doença no Brasil, demorou-se 17 dias para alcançarmos 100 casos, depois sete dias para 1 mil e depois atingimos 10 mil em 14 dias. A velocidade de transmissão é muito rápido. Em 24 horas tivemos 926 casos novos e 67 óbitos”, disse.

Isolamento social

O isolamento social proporcionou que a curva da doença não aumentasse tanto no Brasil. “Com o distanciamento mais intenso, ampliado, você tem curva mais baixa. A gente vem orientando os gestores a preparar os leitos. É momento de se organizar para implementar medidas esperando a fase de maior transmissão”, explica.

O secretário voltou a reforçar a necessidade das pessoas permanecerem nas casas durante a pandemia. “Esperamos que as pessoas compreendam a necessidade do afastamento social. Isso é temporário, não é permanente”, conclui.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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