Kalil estuda interditar orla da Pampulha e restringe acesso a BH caso cidades diminuam isolamento

Kalil voltou a pedir para a população ficar em casa
Kalil voltou a pedir para a população ficar em casa (Amanda Dias/BHAZ)

O prefeito Alexandre Kalil (PSD) prometeu, nesta segunda-feira (6), reforçar as medidas de isolamento social em Belo Horizonte para combater o Covid-19. A praça da Assembleia será interditada e medidas estão sendo tomadas para evitar aglomerações na orla da Lagoa da Pampulha.

Durante coletiva sobre o novo coronavírus o prefeito disse que cidades mineiras que autorizarem a reabertura do comércio, automaticamente, farão com que a população seja proibida de entrar em BH. Kalil ainda fez críticas à equipe do governador Romeu Zema (Novo) – veja abaixo.

“A partir de sexta-feira (10), dia do feriado, vamos fechar a Praça da Assembleia e vamos estudar medidas restritivas na Lagoa da Pampulha. Pessoal ainda não entendeu que não estamos de férias. Onde houver aglomeração vamos tentar evitar”, disse ao comentar sobre o isolamento.

Kalil reforçou que não sabe dizer quando o comércio será autorizado a reabrir, nem quando a vida dos belo-horizontinos voltará a ser como antes da pandemia, pois não é vidente.

Kalil afirmou que só vai flexibilizar decreto após orientação de infectologistas (Amanda Dias/BHAZ)

“Esta cidade está sendo comandada por três infectologistas. Eles é que decretarão a liberação. O prefeito é orientado a tomar decisões e tem coragem. Infelizmente não sou vidente, tenho que escutar. Na minha idade não estou disposto a carregar mortes nas costas por desobediência”.

Perguntado se teme algum decreto do governo federal que interrompa o isolamento feito em BH, Kalil disse que “quem está no comanda da nação, hoje, é o ministro [Luiz Henrique] Mandetta”.”Se sua mãe estiver doente, você liga para Mandetta ou Bolsonaro?”, indagou.

Ainda com relação à reabertura de comércios, Kalil disse que o mundo todo vai ter que se readequar após o fim da pandemia.

“Estão achando que todo mundo vai pra rua entupir loja e que todo mundo está com dinheiro. Isso [reabertura] tem que ser feito com cuidado. Não adianta abrir nada no peito. Acham que vai abrir na sapataria na terça e vender mil pares de sapatos. O mundo vai ter que se readequar vagarosamente”, disse.

‘Estamos preparados’

A capital mineira é a cidade com mais confirmações do Covid-19 em Minas 260 e nove mortes. Apesar dos dados Kalil afirmou não saber precisar a data do pico da doença, mas disse que a estrutura está montada para receber os pacientes.

“[O pico] vai depender do comportamento da população. Estamos bem preparados com mais de mil leitos de CTI. Fechamos a cidade antes de todos e vamos endurecer mais as medidas”, prometeu, mas sem detalhar as próximas ações.

Entrada proibida em BH

As cidades mineiras que flexibilizarem a reabertura dos comércios em Belo Horizonte terão pela frente a proibição da entrada dos ônibus na capital.

Kalil disse que isso está acordado juntamente com as autoridades do Estado. “Qualquer cidade que declarar abertura de comércio, já temos protocolo junto com a PM e autorizado pelo Zema, a proibição”.

O prefeito exemplificou com o caso de uma cidade do Sul de Minas. “Se Varginha e não revocou, nem precisa vir pra BH”.

Críticas à equipe de Zema

Perguntado sobre um possível isolamento no combate ao Covid-19, visto que ainda não concedeu entrevista conjunta com Romeu Zema, como fazem João Doria e Bruno Covas em São Paulo, Kalil não mediu palavras.

“Eu dei o primeiro passo e disse ao governador que não queria hora nenhuma o embate. Eu vou falar uma coisa e vou isentar um pouco o governador. Ele é muito mal assessorado. Ele não tem culpa da metade das lambaças que fazem no governo governo. Ele é pessimamente assessorado”, afirmou dizendo que Zema é “bem intencionado e que quer trabalhar”.

Ao final da coletiva o prefeito reafirmou o pedido para a população ficar em casa. “Agora eu vou voltar pra minha casa que é lugar de velho”.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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