Caso Backer: Polícia Civil descarta possibilidade de sabotagem

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O delegado Flávio Grossi informou que uma possível sabotagem foi descartada (Reprodução/WhatsApp + Instagram/Backer Cervejaria)

Após três meses de investigação sobre as contaminações relacionadas a cervejas da Backer, a Polícia Civil informou, nesta quarta-feira (8), que não considera mais a possibilidade de sabotagem. Em entrevista coletiva, o delegado Flávio Grossi informou que uma possível sabotagem foi descartada e que a investigação agora segue por outras linhas.

Por outro lado, a polícia ainda não descarta a possibilidade de negligência. Grossi explicou que um possível uso deliberado de pequenas quantidades da substância tóxica dietilenoglicol como forma de otimizar a produção da cervejaria continua sendo uma das linhas de investigação adotadas.

Caso seja confirmada a responsabilidade da Backer na contaminação das cervejas, não são apenas os donos da empresa que podem responder criminalmente. “Nesse caso, todos que estão envolvidos na produção cervejeira estão passíveis de serem investigados e responsabilizados”, explica o delegado.

Avanços na investigação

A investigação da Polícia Civil considera, ao todo, 42 casos registrados no período de 2018 até o início deste ano. Desses 42, nove foram vítimas fatais. Ainda há a possibilidade de que sejam incluídas novas vítimas no inquérito, caso surjam outros relatos de manifestação os sintomas durante este período.

Além disso, o inquérito deve conseguir apontar, em breve, as quantidades de dietilenoglicol que foram encontradas nos organismos das pessoas contaminadas. “Nós tínhamos anteriormente os testes qualitativos, que indicavam se havia ou não a substância. Hoje já conseguimos a técnica para apontar quanto dessa substância havia nas cervejas”, explica o delegado.

Os trabalhos de perícia estão agora em fase de conclusão, mas precisaram se adaptar aos impactos causados pela pandemia do novo coronavírus. Exames que eram feitos diretamente com as vítimas sobreviventes, seja nos hospitais ou no IML (Instituto Médico Legal), agora são realizados de forma indireta, ou seja, por meio da análise de documentos médicos. As necropsias das vítimas fatais que haviam sido solicitadas também foram substituídas por exames indiretos em respeito às famílias.

O que diz a Backer?

Procurada pelo BHAZ, a Backer se manifestou em nota. Confira na íntegra abaixo:

A Backer espera que as autoridades concluam as investigações o quanto antes e que forneçam respostas definitivas sobre o que ocorreu. Exceto a confirmação, pelo delegado do caso, de que a Backer jamais adquiriu dietilenoglicol, nenhuma informação oficial sobre o resultado das perícias técnicas foi comunicado à empresa até este momento. Após 90 dias de apurações, a fábrica encontra-se paralisada, o que leva apreensão aos seus funcionários, colaboradores e clientes.

Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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