Isolamento vertical é quase tão ruim quanto nenhum isolamento, diz estudo da UFMG

Isolamento vertical é quase tão ruim quanto nenhum isolamento
Estatísticos da UFMG estimam que manter grupos de risco em casa não garante a disponibilidade de leitos para pacientes com Covid-19 (Amanda Dias/BHAZ + Envato Elements)

Um grupo de estudos da UFMG elaborou um relatório que afirma que o isolamento social vertical, aquele que é restrito aos grupos de risco, é ineficaz para conter a pandemia do novo coronavírus.

O professor Luiz Henrique Duczmal, do Departamento de Estatística da instituição afirma que “o cenário de isolamento vertical é apenas marginalmente melhor do que o cenário em que não há nenhum isolamento, e muito pior do que o cenário de isolamento horizontal, que abrange toda a população”.

De acordo com Duczmal, as simulações mostraram que o isolamento vertical, com redução de 15 vezes no contato social, provocaria, rapidamente, a infecção de cerca de 200 mil pessoas com mais de 60 anos em Belo Horizonte, gerando enorme demanda por internação hospitalar imediata, sem que existam leitos suficientes na cidade. 

Achatando a curva

Por sua vez, o isolamento horizontal, se aplicado com a mesma intensidade em todos os grupos etários, reduz drasticamente o número de infectados, achatando a curva de crescimento da doença. “O isolamento horizontal fará com que a epidemia só se manifeste, e de maneira bastante reduzida, após 16 meses de seu início, desafogando a rede hospitalar e possibilitando a emergência, em tempo hábil, de soluções como a vacinação e novos medicamentos”, compara.

Isolamento vertical e horizontal

São dois tipos de distanciamento social que podem ser adotados diante, por exemplo, de uma pandemia. No isolamento vertical, há o isolamento de apenas um grupo de pessoas. Já no isolamento horizontal, não há a seleção de grupos específicos, sendo recomendado que todos fiquem em casa.

Ministério da Saúde autoriza isolamento vertical para locais pouco afetados

O Ministério da Saúde divulgou critérios para que estados e municípios que não ultrapassaram o percentual de 50% de ocupação dos serviços de saúde possam avaliar as ações de isolamento vertical. As orientações passam a valer a partir da próxima segunda-feira (13) e deve levar em consideração a estrutura do sistema de saúde, que requer a disponibilidade de respiradores, EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) capacidade de realizar testes laboratoriais, profissionais preparados e ter leitos de UTI estruturados para as fases mais agudas da epidemia

Coronavírus em BH

Belo Horizonte concentra o maior número de casos com 324 pessoas que testaram positivo para a doença e 6 mortes, de acordo com o boletim epidemiológico, divulgado nesta sexta-feira (10).

Minas tem 17 óbitos confirmados e 107 em investigação.

Com UFMG

Marcela Gonzaga[email protected]

Editora do BHAZ desde fevereiro de 2020. Jornalista graduada pela Newton Paiva. Trabalhou como produtora de TV e chefe de produção durante 14 anos, com passagens pela RecordTV, Rede Minas, RedeTV!, TV TRT-MG e TV TJMG.

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