Entrevista: saiba mais sobre os mitos e verdades dos carros elétricos

O tempo de recarga depende da tecnologia e capacidade do carro (Foto: NeoCharge)



Embora ainda não sejam muitos, os carros elétricos já chegaram – sim – ao Brasil. De forma tímida, claro, pois faltam regras definidas e subsídios, mas eles estão aí. Neste cenário ainda incipiente muitas dúvidas ainda surgem em torno dos elétricos. E também muitos mitos, boatos, inverdades, como queiram. O processo de recarga talvez seja a principal indagação.

Patrícia Rocha esclarece mitos e verdades sobre o carro elétrico
(Foto: Loja Elétrica/Divulgação)

“Muitos clientes deixam de comprar os carros elétricos por desconhecerem o produto e imaginarem que vão ter mais trabalho no carregamento”, explica a supervisora de vendas da Loja Elétrica, especializada em produtos do ramo de Belo Horizonte, Patrícia Rocha.

Nesta entrevista, ela busca repassar o que sabe sobre esses equipamentos, que são vendidos nas unidades espalhadas pela Grande BH. Revela que o mercado anda aquecido, com aumento de 266% nas vendas em 2019 comparadas às de 2018.

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Umas das maiores preocupações dos consumidores é o fato do consumo maior de energia elétrica da casa. É muito alto mesmo?

Verdade. É possível adquirir o carregador (EV Charge) para uso individual (WallBox) ou na modalidade coletiva para uso no condomínio residencial (Parking). Sem dúvidas, haverá um gasto a ser considerado. Entretanto, ele será compensado ao comparar com o valor do abastecimento por combustível fóssil. Uma carga completa em casa chega a custar aproximadamente 1/3 do valor de um tanque de gasolina.

Equipamentos de recarga dos elétricos (Foto: Loja Elétrica/Divulgação)

A bateria do carro elétrico vicia, como acontece com outros aparelhos elétricos e eletrônicos, e ela dura pouco?

Os fabricantes de veículos e também de baterias têm trabalhado em tecnologias que resolvem essa questão. Ainda assim, é importante ressaltar que o uso do Carregador de Veículo Elétrico é essencial para manter a vida útil dessas baterias. Sobre a durabilidade, depende do que se considera pouco. Se o fabricante informar que o carro tem autonomia de até 600 quilômetros, após a carga completa da bateria, ele irá rodar esta quilometragem até precisar de uma nova recarga. Além disso, os fabricantes estimam que as baterias tenham vida útil mínima de 10 anos, se utilizadas adequadamente.

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É possível utilizar tomada elétrica residencial comum para carregar o carro?

Sim, mas é um risco. As tomadas no padrão brasileiro possuem uma corrente disponível de 10A e 20A, que são inferiores à carga para recarregar o veículo. O circuito utilizado também não é exclusivo para essa aplicação e poderá haver o risco de uma sobrecarga ou curto-circuito na instalação elétrica.

Em dias de chuva, há risco de choque ao recarregar o veículo?

O veículo elétrico e o carregador elétrico (EV Charge) possui tecnologia e circuito elétrico e eletrônico de ponta. Os fabricantes recomendam um quadro de proteção associado composto pelo Disjuntor DR e Proteção de Surtos que oferecem segurança adicional ao usuário.

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Ainda é difícil achar pontos de recarga nas cidades?

Hoje as cidades estão mais preparadas para esse mercado. Existem diversos aplicativos que indicam pontos públicos como shoppings, eletropostos e empresas e facilitam essa comunicação. Nossas lojas, por exemplo, terão pontos de recarga.

Dá para levar o carregador para onde for?

Existem soluções portáteis, mas que não possuem a proteção associada e, por possuírem uma potência mais baixa, demandam um tempo maior para completar a carga. É uma solução paliativa para viagens de longa distância que não possuem pontos de recarga no trajeto.

Qual o tempo de duração para uma carga completa?

Depende da capacidade e tecnologia do veículo, como também da potência disponibilizada pelo carregador. Isso pode variar de 20 minutos (Eletroposto de 350Kw) nas estradas, de 2 horas até 8 horas no padrão residencial (Wallbox a partir de 3,4Kw). Normalmente o usuário não deixa a carga zerar, a maioria das recargas são parciais, o que reduz o tempo parado para abastecimento.

E ainda…

Frota: de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), no Brasil, a frota atual de elétricos e híbridos é de 16 mil, e a projeção é que o mercado nacional cresça de 300 a 500% nos próximos cinco anos. E como se trata de uma tecnologia nova, quem deseja adquirir um veículo desse tipo tem muitas dúvidas em relação ao que se deve considerar antes.

Estilo de vida: é importante pensar o seu estilo de vida e sua necessidade de uso antes de comprar um carro elétrico. Aspectos como espaço ─ a necessidade é diferente dependendo da quantidade de pessoas que serão transportadas ─, se será usado para viagens longas ou viagens curtas aos fins de semana ou apenas no meio urbano para deslocamento ao trabalho, por exemplo. Há também o aspecto do custo benefício, além de conforto e facilidade no uso.

Hábitos: a distância que o carro consegue percorrer antes que a energia armazenada na bateria acabe e seja necessário realizar uma recarga é um dos principais pontos a serem considerados na compra. Atualmente, a autonomia dos veículos é maior se comparada aos anos anteriores, mesmo assim, é importante conhecer seus hábitos de uso e ter certeza de que a autonomia do modelo seja suficiente para sua necessidade.

Sustentável: para ficar mais econômico e sustentável há a opção de utilizar a energia solar fotovoltaica como fonte de energia para o carregamento do veículo. Este tipo de solução vem ganhando maior número de adeptos, pois a cadeia de produção e consumo de energia se torna toda limpa e sustentável.

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Preço: os veículos elétricos são uma ótima alternativa ambientalmente, mas ainda são caros se comparados com um carro do mesmo tamanho com motor a combustão. Mas manter um veículo elétrico já é economicamente mais barato que um carro a combustão. O motor elétrico possui menor quantidade de peças móveis se comparado a um motor a combustão, e isso é mais vantajoso no que se refere à manutenção do motor, troca de óleo etc.

Plugues: existem alguns tipos de plugues de tomada para carregar o veículo elétrico. A Tesla, por exemplo, possui um padrão específico para os carros da marca. As montadoras japonesas e americanas utilizam o padrão de tomada Tipo 1, enquanto a europeia utiliza o Tipo 2, a mais comum também no Brasil.

Acesse: www.aceleraai.com.br



Acelera Ai[email protected]

Jornalistas Eduardo Aquino e Luís Otávio Pires são os editores do site Acelera Aí e da seção veículos do portal Bhaz

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