Preso com cartões da vítima e da mãe dela, homem confessa ter matado e concretado mulher em BH

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Sidney confessou aos militares ter assassinado Cleonice (Reprodução/WhatsApp + Divulgação/Corpo de Bombeiros)

O principal suspeito por ter assassinado e concretado uma mulher de 31 anos na Zona Sul de Belo Horizonte foi preso na noite dessa quarta-feira (15) em um esconderijo em Juatuba, na região metropolitana de BH. O homem de 36 anos foi detido com cartões bancários e de alimentação da vítima e da mãe dela, e confessou ter cometido o crime aos militares.

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O assassinato de Cleonice Correa de Jesus, descoberto na última segunda-feira (13), chocou BH. Conhecida por se desdobrar no trabalho e querida no bairro Barragem Santa Lúcia, onde morava, o corpo dela foi encontrado concretado em uma parede na casa onde residia com o Sidney da Silva Lopes, com quem mantinha um relacionamento há 10 anos.

Sidney estava desaparecido desde a descoberta do corpo de Cleonice. Os policiais militares receberam, ontem, uma informação anônima sobre o paradeiro dele, em Juatuba, cidade a cerca de 50 km da capital mineira. E o principal suspeito foi, de fato, encontrado em uma construção no cruzamento das ruas José Penna e Marcelina Lopes.

Cartões

Sidney foi encontrado com dois aparelhos celulares de procedência duvidosa, segundo qualificam os próprios militares, e com cartões bancários, de crédito, alimentação e transporte no nome de Cleonice e da mãe dela. Ele confessou aos policiais que matou a companheira e que, assim que soube da descoberta do corpo dela, fugiu para Juatuba com o objetivo de se abrigar na casa de uma mulher que conheceu nas redes sociais.

Ele contou aos militares que, após fazer uso abusivo de cocaína e bebida alcoólica, se desentendeu com Cleonice. O suspeito alega que ela tentou agredi-lo com golpes de machadinha e, então, ele revidou com fortes golpes de martelo, que foram fatais. Sidney relata que o assassinato ocorreu no último dia 6, uma segunda-feira.

Corpo concretado

No mesmo dia, à tarde, ele conta ter se deslocado para um depósito de construção, no qual encomendou areia, brita e cimento, além de uma pá. O material chegou dois dias depois, na quarta, quando ele teria concretado o corpo da mulher em uma parede. No dia seguinte, se despediu do filho, que mora com a mãe, na região Oeste de Belo Horizonte.

Ele ainda teria passado o fim de semana escondido na residência da mãe dele, na mesma Barragem Santa Lúcia. Assim que soube da descoberta do corpo de Cleonice, fugiu para Juatuba. Os policiais encontraram a arma do crime, o martelo, em local indicado por Sidney.

Os militares relatam, ainda, que o suspeito confessou ser usuário de cocaína e autor de roubos a comércios da Zona Sul de BH, tais quais sacolão e padaria.

Dor

Em entrevista ao BHAZ na última terça, Cristiane Correa, irmã de Cleonice, disse que a família estava arrasada. “Ele [Sidney] acabou com minha família. Minha mãe está sem chão, ela era apaixonada pela minha irmã. A gente foi criada sem pai, só nós três. Minha mãe levava a gente para o serviço. Sofreu muito pra criar nós duas. E agora ela está sem chão, ele tirou ela da gente”, afirmou.

Emocionada, Cristiane afirmou na entrevista que deseja apenas justiça. “Não quero vingança, nada mal pra ele. Só justiça. Quem sabe ele possa encontrar alguma luz, Jesus… Quem sabe acontece o que minha irmã não conseguiu fazer, que ele se torne um cara trabalhador, com propósito”, desabafou.

Desde terça, o BHAZ tenta contato em três números distintos atribuídos a Sidney, que estava desaparecido, mas não obteve sucesso.

Thiago Ricci[email protected]

Editor-executivo do BHAZ desde agosto de 2018, cargo ocupado também entre 2016 e 2017. Jornalista pós-graduado em Jornalismo Investigativo, pela Abraji/ESPM. Editor-chefe do SouBH entre 2017 e 2018; correspondente do jornal O Globo em Minas Gerais, entre 2014 e 2015, durante as eleições presidenciais; com passagens pelos jornais Hoje em Dia e Metro, TVs Record e Band, além da rádio UFMG Educativa, portal Terra e ONG Oficina de Imagens. Teve reportagens agraciadas pelos prêmios CDL, Délio Rocha, Adep-MG e Sindibel.

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