Com Amanda Dias
No primeiro dia de vigor do decreto da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), que determina os cidadãos utilizem máscaras para acessar espaços, serviços públicos e comércios da capital, a equipe do BHAZ flagrou uma cena inusitada. Um comerciante do bairro Floresta, na região Leste da capital, partiu para a briga após um homem sem máscara começar a gritar e impedir que clientes entrassem na loja dele. O cliente, por sua vez, alega homofobia.
O farmacêutico Allisson Brandão contou ao BHAZ que o rapaz começou a bater no vidro da loja, na manhã desta quarta-feira (22), e teria dito que como não estava trabalhando, ele iria atrapalhar quem estivesse. “Ele começou a fazer arruaça. Começou a gritar que estava sem trabalhar e sentou na porta da loja. Como ele me ameaçou, eu peguei um pedaço de ferro e o ameacei também. Aí, ele foi embora. Eu não ia bater nele, mas ele tava atrapalhando”, relata.
Brandão explica que já está trabalhando de acordo com o decreto. “Temos um cartaz com as orientações logo na entrada e aqui todos usam máscara, protetor facial e atendemos um número limitado de pessoas. Nossos clientes também já tomam os cuidados. Todos usam máscara. Esse moço não era cliente. Meus clientes são mais educados”, finaliza.
O farmacêutico não chamou a polícia, pois o homem foi embora logo em seguida. De acordo com o major Flávio Santiago, porta-voz da PMMG, nesses casos, os lojistas podem acionar a polícia. “A PM tem atuado nessa questão humanitária de mediação de conflitos, principalmente, nesse tempo de confinamento e ânimos exaustados. Reforçamos que ninguém parta para agressão ou qualquer tipo de violência”, orienta.
Após a publicação desta reportagem, o cliente procurou o BHAZ alegando que foi vítima de homofobia. Ele relatou versão semelhante ao do farmacêutico, alegando que bateu várias vezes na porta para saber se estava aberto e, após receber como resposta “pra você não”, começou a discutir com o profissional da saúde.
Ele entendeu a resposta como discriminação com a voz dele, mas admitiu que realmente estava sem máscara e reconheceu que isso foi um erro. Procurado novamente, Brandão rechaçou qualquer possibilidade de preconceito, disse que outro funcionário testemunhou a importunação e que a farmácia faz constantes campanhas contra qualquer tipo de discriminação.
Na rua ou supermercado: só de máscara
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, já havia antecipado no último dia 14 que tornaria obrigatória e exigência de que a população utilizasse máscaras para acessar espaços e serviços público e o comércio da capital.
O trecho publicado no decreto da última sexta, diz que, a partir desta quarta-feira (22), o uso de máscaras que cubram o nariz e a boca será obrigatório em “todos os espaços públicos, equipamentos de transporte público coletivo e estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços no município”. A medida é válida por tempo indeterminado.
O comércio essencial na capital também deverá exigir que aos clientes o uso de máscaras. Os estabelecimentos deverão afixar cartazes orientando o público sobre os cuidados com o adereço e a quantidade de pessoas permitidas dentro do local ao mesmo tempo. O modelo do informativo foi disponibilizado pela PBH (Prefeitura de Belo Horizonte):
O decreto diz ainda que “os estabelecimentos deverão impedir a entrada e a permanência de pessoas que não estiverem utilizando máscara ou cobertura sobre o nariz e a boca”.
