Proteja-se! Dicas para entender a importância das máscaras, como fazer a sua e usar corretamente

dicas de como usar máscaras
Texto-base do projeto de lei foi aprovado nesta quarta-feira (Amanda Dias/BHAZ)

Desde o início da pandemia do coronavírus, a busca desenfreada por máscaras de proteção fez com que o artigo se tornasse escasso em diferentes localidades do Brasil. Para resolver a situação, o Ministério da Saúde passou a orientar a população sobre o uso de máscaras caseiras, desde o início de abril.

Em Belo Horizonte está proibida a circulação de pessoas em comércios e espaços públicos sem uso da máscara, mesmo que caseira, desde a quarta-feira (22). No entanto, muitas dúvidas ainda surgem na hora de preparar e manusear o produto. Qual o material adequado? Como colocar e retirar? Como guardar? Como higienizar?

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O BHAZ conversou com especialistas que respondem as principais dúvidas a respeito do uso de máscaras. Os profissionais destacam também os erros mais comuns, cometidos até mesmo por alguns trabalhadores da saúde.

Por que todo mundo tem que usar?

Uma das mudanças com relação à orientação ao uso de máscaras foi sobre quem deveria usá-las. No início da pandemia, o próprio Ministério da Saúde afirmava que somente aqueles que apresentassem sintomas da Covid-19 deveriam usar o artigo. No entanto, a medida que mais foi descoberto sobre a transmissão do vírus, a instrução foi alterada.

Segundo o professor da Faculdade de Medicina da UFMG Vandack Alencar, o uso para todos é uma forma de abranger também os casos assintomáticos, que representam até um terço dos contaminados. “Eu não tenho como dizer quais pessoas estão com o vírus. Ao disseminar o uso da máscara para todos, fazemos com que quem tem o vírus, mas não sabe, use a máscara”, detalha.

Cartaz que deverá ser afixado nos estabelecimentos de Belo Horizonte (PBH/Divulgação)

“É um artigo simples, barato, acessível e que não tem um ônus muito grande para as pessoas. Pelo menos assim, a chance de transmissão vai ser muito reduzida”, acrescenta.

O infectologista Leandro Curi explica também que o uso das máscaras é mais uma forma de proteção ao próximo. Já que o objeto tem o intuito de filtrar a secreção que as pessoas expelem naturalmente, até mesmo em uma conversa normal.

No entanto, o médico destaca que as máscaras podem dar uma sensação errada de que a pessoa está protegida. Por isso, não devemos deixar de lado o isolamento social e a higienização frequente das mãos. “É um paliativo e vai ter pouca eficácia, se não for usada concomitante aos outros cuidados. Não adianta usar máscara e ficar coçando o nariz, falando próximo do outros ou usando errado”, afirma.

Máscara caseira protege mesmo?

O professor Vandack Alencar explica que o ideal seria a disponibilização de máscaras cirúrgicas para toda a população. No entanto, como esse artigo é limitado e distribuído prioritariamente para profissionais da saúde, as máscaras caseiras são a opção possível.

O professor explica que as gotículas de saliva que são emitidas quando uma pessoa conversa são praticamente eliminadas com o uso das máscaras de pano. Mesmo que os artigos não garantam uma proteção total dos indivíduos, Vandack relembra um experimento visual publicado no The New England Journal of Medicine.

Confira abaixo o vídeo mostrando a dispersão de saliva durante a fala, primeiro sem e depois com o uso da máscara de pano.

No manual publicado pelo Ministério da Saúde sobre o uso correto de máscaras caseiras, a pasta afirma que os artigos podem ser feitos em tecido de algodão, tricoline, TNT ou outros tecidos, desde que desenhadas e higienizadas corretamente. Veja abaixo as instruções detalhadas para garantir sua própria proteção.

Os erros mais comuns

Para o infectologista Leandro Curi, é importante que todos entendam como usar corretamente as máscaras. No entanto, os especialistas observam vários erros que acabam contaminando o objeto ou expondo o usuário. “É normal isso acontecer, o cidadão comum não sabe usar máscara, nunca precisou usar”, comenta Leandro.

Confira a seguir alguns deslizes que não devem ser cometidos:

  • Retirar a máscara puxando pela frente: segundo Vandack, um dos erros mais comuns é cometido no momento de tirar o objeto. “Durante o uso e na hora de retirar, nunca deve pegar diretamente nela. Deve sempre manipular a máscara pelas tiras de fixação”, explica. Leandro Curi acrescenta ainda que a parte da frente não deve ser colocada no pescoço, na testa e nem na orelha.
  • Usar por tempo prolongado: Leandro Curi afirma que o ideal é trocar a máscara a cada duas horas. Para isso, o ideal é ter mais de uma. “Se a pessoa espirrar ou falar muito e o tecido ficar molhado, não funciona a parte protetiva”, afirma.
  • Abaixar a máscara para falar: apesar de ser um erro aparentemente óbvio, o professor Vandack ressalta que muitos fazem esse gesto de forma natural, para se fazer entender. “É quase um reflexo e tem que passar a prestar atenção nesse aspecto”, acrescenta.

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  • Guardar no bolso ou na bolsa: ao retirar a máscara, não devemos guardá-la na bolsa ou no bolso, já que isso iria causar contaminação do objeto e do local. Leandro Curi recomenda andar com um saco plástico para acondicionar a máscara quando não estiver usando. E no momento da higienização, o artigo deve ser lavado com água e sabão.
  • Máscara frouxa no rosto: o infectologista também reforça a importância de usar a máscara bem fixa na cabeça. “Tem que conseguir respirar bem, mas não pode vazar muito ar. Se puder, faça uma proteção dupla ou até quádrupla”, orienta.
  • Boca ou nariz cobertos parcialmente: Vandack Alencar explica que, além de estar firma, a máscara tem que ter ampla cobertura da boca e do nariz. O ideal é que o tecido chegue abaixo do queixo e na ponte do nariz.
Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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