Rotina de hospital leva chefe de emergência a tirar a própria vida: ‘O trabalho a matou’

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Médica já havia contraído coronavírus no hospital (Reprodução/Chris Leary + Amanda Dias/BHAZ)

A diretora do departamento de emergência de um hospital Manhattan, distrito de Nova Iorque, morreu por suicídio no último domingo (26). Lorna M. Breen tinha 49 anos e tratou diversos pacientes infectados pelo novo coronavírus no estado norte-americano mais afetado pela doença.

A informação foi revelada ao New York Times pelo pai da médica e confirmada pela polícia de Charlottesville, onde ela estava hospedada com a família. Ao jornal, o pai de Lorna contou que ela descrevia cenas desesperadoras dia-a-dia no hospital. “Ela estava realmente nas trincheiras da linha de frente. Ela era uma heroína e uma vítima tanto quanto qualquer outra pessoa que morreu”, disse.

O pai de Lorna, que também é médico, disse ainda que ela não tinha histórico de transtorno mental. No entanto, ele contou ter reparado uma mudança de comportamento e percebeu que algo não ia bem quando se falaram pela última vez: “Ela tentou fazer seu trabalho, e isso a matou”.

A médica chegou a contrair o coronavírus no ambiente de trabalho e ficou em isolamento durante o período necessário. Quando tentou voltar ao trabalho, a chefia do hospital decidiu que ela deveria passar mais um tempo afastada para se recuperar e ela foi para a casa da família em outro estado, onde acabou morrendo.

‘Heroína’

O porta-voz do Departamento de Polícia de Charlottesville emitiu um comunicado informando que os policiais atenderam a um chamado em busca de assistência médica e que Lorna “foi levada para um hospital para tratamento, mas não suportou as lesões”.

O hospital onde trabalhava também se manifestou sobre o ocorrido: “Dr. Breen é uma heroína que trouxe os mais altos ideais da medicina para as desafiantes linhas de frente do departamento de emergência. Nosso foco hoje é oferecer suporte à sua família, amigos e colegas, enquanto eles lidam com essas notícias durante o que já é um período extraordinariamente difícil”, disse em comunicado.

Até esta segunda (27), o estado de Nova Iorque registrou, ao todo, 291.996 casos, sendo 3.951 diagnósticos positivos apenas nos últimos dois dias. Ontem, o estado registrou 337 novas mortes – número mais baixo de mortos em um só dia no mês de abril. Os Estados Unidos continuam sendo tanto o país com mais casos de Covid-19 como o país com maior número de mortes pela doença.

Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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